A mobilizacão de afetos nas finanças: humor, fracasso e discurso neoliberal nas páginas Faria Lima Elevator e Investidor da Depressão
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v17i2p81-99Palabras clave:
Comunicação, Consumo, Humor, Financeirização, DiscursoResumen
Posto que os imperativos da financeirização demandam engajamento afetivo dos indivíduos aos produtos, o objetivo deste artigo é analisar as convocações midiáticas ao consumo operacionalizadas por perfis de Instagram de finanças que apelam ao humor. Recorremos ao método da Análise de Discurso de linha francesa para estudar alguns cruzamentos entre discursos nessas convocações midiáticas. Embora seus conteúdos pareçam caçoar de alguns lugares comuns da literatura de autoajuda financeira, há um aparato discursivo que legitima a norma ao contradizê-la. Trata-se de produções que, a partir do humor, validam certos tipos de comportamento em relação às finanças e constroem, através do discurso, um tipo de consumidor específico, ao naturalizar práticas e legitimar comportamentos vinculados à financeirização das relações econômicas a partir da comunicação.
Descargas
Referencias
Baccega, M. A. (2010). Comunicação/educação: relações com o consumo. Comunicação, Mídia e Consumo, 7(19), 49-65.
Berger, A. (2012) An Anatomy of Humor. Transaction Publishers.
Britto, R. R., Kistemann Jr. M. A., & Silva, A. M. (2015). Sobre discursos e estratégias em educação financeira. Jornal Internacional de Estudos em Educação Matemática, 7(1), 177-208.
Butler, J. (2021). Discurso de ódio. Unesp.
Casaqui, V. (2020). Os futuristas estão chegando: o futurismo como fenômeno midiático, cultura empreendedora e inspiração. Famecos, 27(1), 1-17.
Chua, C. (2021). Successful failure: The marketisation of failure in an entrepreneurial economy. Journal of Consumer Culture, 22(3). https://doi.org/
1177/14695405211013989
Dardot, P., & Laval, C. (2016). A nova razão do mundo. Boitempo.
Grün, R. (2013). A dominação financeira no Brasil contemporâneo. Tempo Social, 25(1), 179-213.
Haro, F. (2013). Se não cuidarmos de nós, ninguém cuidará: Autoajuda financeira e racionalidade política neoliberal. Revista Crítica de Ciências Sociais, 1(17), 111-134.
Leite, E. (2017). A ressignificação da figura do especulador-investidor e as práticas de educação financeira. Civitas, 17(1), 114-130.
Leite, E. (2021). Autoajuda financeira: governamentabilidade neoliberal e a produção de sujeitos. Sociologia & Antropologia, 11(1), 331-336.
Maingueneau, D. (2005) Gênese dos discursos. Criar Edições.
Maman, D., & Rosenhek, Z. (2022). Governing individuals’ imaginaries and conduct in personal finance: The mobilization of emotions in financial education. Journal of Consumer Culture, 23(1). https://doi.org/
1177/14695405211069952
Prado, J. L. A. (2013). Convocações biopolíticas dos dispositivos comunicacionais. EDUC.
Safatle, V. (2008a). Por uma crítica da economia libidinal. Ide, 31(46), 16-26.
Safatle, V. (2008b). Sobre um riso que não reconcilia: notas a respeito da ideologia da ironização. A Parte Rei, 55(1), 1-13.
Safatle, V. (2016). O circuito dos afetos. Autêntica.
Santos, M. (2001). Por uma outra globalização: Do pensamento único à consciência universal. Record.
Stafuzza, G., & Pereira, M. (2021). Sentidos do discurso coaching financeiro no enunciado vídeo publicitário ‘Meu nome é Bettina’ e possibilidade de cotejo. Estudos da Linguagem, 29(3), 1685-1716.
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Eliza Bachega Casadei
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
- Los autores mantienen los derechos de autor y otorgan a la revista el derecho a la primera publicación, con el trabajo licenciado simultáneamente bajo la Creative Commons Attribution License (CC BY-NC-SA 4.0) que permite compartir el trabajo con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista para fines no comerciales.
- Los autores están autorizados a asumir contratos adicionales por separado, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo: publicación en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.