Correntes da felicidade: emoções, gênero e poder
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v11i1p61-81Palavras-chave:
Emoções. Felicidade. Gênero. Poder. Internet.Resumo
Na derradeira etapa de minha pesquisa sobre as normas da vida feliz, redireciono o foco investigativo das representações midiáticas para os tribunais emocionais da Internet. Apresento, neste artigo, a proposta de construção de um quadro de referência teórico-metodológico para a análise dos debates em torno da postura emocional de duas mulheres: uma prostituta que se declarou “feliz” com sua profissão, no material de uma campanha do Ministério da Saúde; uma mãe que revelou “detestar” a experiência da maternidade, em resposta a um desafio do Facebook. O exame da repercussão dos dois casos fornece um vívido panorama das implicações de ideais afetivos que, juntamente com outras forças disciplinares, constrangem e produzem identidades.
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