Jornalismo e ideologia da cultura: os conflitos entre indígenas e ruralistas em Mato Grosso do Sul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v15i1p249-274

Palavras-chave:

Enquadramento jornalístico, Mato Grosso do Sul, Correio do Estado, Conflitos entre indígenas e produtores rurais

Resumo

O artigo busca compreender a construção do enquadramento dos fatos que envolvem conflitos entre etnias indígenas e produtores rurais no principal jornal impresso de Mato Grosso do Sul, o Correio do Estado, adotando-se como ponto de referência o assassinato do líder indígena Semião Vilhalva, das etnias Guarani e Kaiowá, em agosto de 2015. A partir do referencial teórico da framing analysis, volta-se a um recorte empírico de cinco editoriais e de cinco artigos de opinião veiculados entre agosto e outubro de 2015, identificando-se na retórica contemporânea do veículo elementos simbólicos e culturais afeitos à “ideologia da cultura sul-mato-grossense”, concepção forjada pelas elites regionais desde a década de 1930.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Marcos Paulo da Silva, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Programa de Pós-Graduação em Comunicação

    Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Doutor em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), com estágio de doutorado-sanduíche na Syracuse University (Nova Iorque, Estados Unidos).

  • Maurício de Melo Raposo, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais

    Doutorando em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Referências

Amarilha, C. M. M. (2006). Os intelectuais e o poder: História, divisionismo e identidade em Mato Grosso do Sul [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal da Grande Dourados]. Repositório do Programa do Programa de Pós-Graduação em História. https://bit.ly/3tvrWhf

Banducci, A., Jr. (2009). Tradição e ideologia: Construção da identidade em MS. In M. A. Menegazzo & A. Banducci Jr. (Orgs.), Travessias e Limites: Escritos sobre identidade e o regional (pp. 107-134). Editora UFMS.

Bittar, M. (2009). Mato Grosso do Sul, a construção de um Estado (vol. 1). Editora UFMS.

Carvalho, C. A. (2009). Sobre limites e possibilidades do conceito de enquadramento jornalístico. Contemporânea, 9(2), 1-15. http://bit.ly/3eSBwaa

Chaparro, M. C. (2008). Sotaques d’aquém e d’além mar: Travessias para uma nova teoria de gêneros jornalísticos. Summus.

Chaves, V. (2015a, 28 de agosto). Colonização à brasileira. Correio do Estado, 2.

Chaves, V. (2015b, 29 de setembro). Conflito indígena, o judiciário e o ‘Caraí’. Correio do Estado, 2.

Conselho Indigenista Missionário. (2016). Cartografia de ataques contra indígenas: Dossiê: Um genocídio em curso no Mato Grosso do Sul. https://caci.cimi.org.br.

Constituição da República Federativa do Brasil. (1988). Senado Federal.

Dal Moro, N. (2012). O pensar da elite sobre o povo comum: Espaço público, viver urbano e reterritorialização do centro da cidade de Campo Grande (décadas de 1960-70) [Tese de Doutorado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo]. Biblioteca Digital da PUCSP. https://bit.ly/3toNGLU

Duas CPIs, pouca ação. (2015, 14 de outubro). Correio do Estado, 2.

Entman, R. (1991). Framing U.S. coverage of international news: Contrasts in narratives of the KAL and Iran air incidents. Journal of Communication, 41(4), 16-27. https://doi.org/10.1111/j.1460-2466.1991.tb02328.x

Entman, R. (1993). Framing: Towards clarification of a fractured paradigm. Journal of Communication, 43(4), 51-58. https://doi.org/10.1111/j.1460-2466.1993.tb01304.x

Expectativa frustrada. (2015, 4 de setembro). Correio do Estado, 2.

Gitlin, T. (2003). The whole world is watching: Mass media in the making and unmaking of the New Left. University of California Press.

Goffman, E. (2012). Os quadros da experiência social: Uma perspectiva de análise. Vozes.

Gomes, W. (2009). Jornalismo, fatos e interesses: Ensaios de teorias do jornalismo. Insular.

Kuypers, J. (2009). Rhetorical criticism: Perspectives in action. Lexington.

Lopes, M. I. V. (2005). Pesquisa em comunicação. Loyola.

Martins, J. S. (2010). A sociabilidade do homem simples: Cotidiano e história na modernidade anômala. Contexto.

Melo, J. M., & Assis, F. (2010). Gêneros jornalísticos no Brasil. Editora Umesp.

Mendes, P. P. (2015, 2 de setembro). Cuidado com a fronteira! Correio do Estado, 2.

Ortiz, R. (1988). A moderna tradição brasileira: Cultura brasileira e indústria cultural. Brasiliense.

Queiroz, P. R. C. (2006). Mato Grosso/Mato Grosso do Sul: Divisionismo e identidades (um breve ensaio). Diálogos, 10(2), 128-156. https://bit.ly/3rYU8ZL

Sant’Anna, R. (2015a, 3 de setembro). Lucro dos banqueiros e a pergunta: De onde tirar o dinheiro? Correio do Estado, 2.

Sant’Anna, R. (2015b, 16 de setembro). Vida desalinhada, invasões indígenas e projeto pró-jaca. Correio do Estado, 2.

Santos, B. S. (2007). Para além do pensamento abissal: Das linhas globais a uma ecologia de saberes. Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, 3-46. https://doi.org/10.4000/rccs.753

Schwarcz, L. M. (1993). O espetáculo das raças: Cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930. Companhia das Letras.

Sem luz no fim do túnel. (2015, 28 de agosto). Correio do Estado, 2.

Silêncio ensurdecedor. (2015, 30 de agosto). Correio do Estado, 2.

Sodré, M. (2009). A narração do fato: Notas para uma teoria do acontecimento. Vozes.

Tudo na mesma. (2015, 20 de setembro). Correio do Estado, 2.

Publicado

2021-06-08

Edição

Seção

Em Pauta/Agenda

Como Citar

Silva, M. P. da ., & Raposo, M. de M. (2021). Jornalismo e ideologia da cultura: os conflitos entre indígenas e ruralistas em Mato Grosso do Sul. MATRIZes, 15(1), 249-274. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v15i1p249-274