“A morte da porraloca”: Rê Bordosa, tédio existencial e o terrível vírus do mundo moderno

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/2316-9877.2024.v12.e229287

Palavras-chave:

Rê Bordosa (personagem), Pós-modernidade, História em quadrinhos, Angeli (autor)

Resumo

As histórias em quadrinhos do artista paulista Angeli, espécie de “rock star” dos anos 1980 e 1990, chegaram a um ponto crucial ao se findar o destino de uma de suas personagens mais famosas. Falamos do assassinato de Rê Bordosa, em fins de 1987. Mas porque Angeli decidiu assassinar sua "galinha dos ovos de ouro"? Como veremos, a morte da personagem tem a ver com uma crise do autor que dialoga com um momento específico da realidade cultural (e política) brasileira: os anos 1980. Rê Bordosa morreu de um vírus poderosíssimo, o tédius matrimonius, símbolo encontrado pelo artista para culpar a verdadeira praga contemporânea: o tédio existencial, a falta de sentido. Neste artigo procuramos abordar o tema, através deste importante produto cultural brasileiro, a partir das suas publicações no jornal Folha de São Paulo e na revista Chiclete com Banana.

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Biografia do Autor

  • Cristian de Paula Salles Moreira Júnior, Universidade Federal de Goiás

    Mestre e doutorando em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Goiás, na linha de pesquisa “Ideias, Saberes e Escritas da (e na) História”.

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Publicado

2024-10-19

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Moreira Júnior, C. de P. S. (2024). “A morte da porraloca”: Rê Bordosa, tédio existencial e o terrível vírus do mundo moderno. 9ª Arte (São Paulo), 12, e229287. https://doi.org/10.11606/2316-9877.2024.v12.e229287