João Gilberto Noll e a pomossexualidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2015.115187Palavras-chave:
João Gilberto Noll, pós-modernismo, romance brasileiro, pomossexualidadeResumo
João Gilberto Noll é um autor brasileiro conhecido por compor narradores autodiegéticos deambulantes e instáveis, muitos de difícil definição sexual, o que os torna subjetivos e móveis. A obra a ser analisada aqui, Solidão continental (2012), não é diferente em relação àtradição formal nolliana, mas sim na relação entre essa tradição com o renovado escopo conteudístico presente nela. Tanto seu protagonista, João Bastos, quanto alguns dos seus personagens deuteragonistas apresentam uma transitoriedade erótica/sexual acentuada e de difícil entendimento. São seres ficcionais sem uma categoria sexual fixa, ou seja, suas sexualidades são transitórias (AUGÉ, 1994), dispersas (DELEUZE, & GUATTARI, 1995) e fragmentárias (BLANCHOT, 1990). Esta indefinição sexual está sendo chamada de pomossexualidadepelos sexólogos Carol Queen & Lawrence Schimel em sua obra PoMoSexuals: Challenging Assumptions About Gender and Sexuality (1997). Por isso, o objetivo deste artigo é o de analisar como se edifica a composição tradicional do narrador nolliano com as características pomossexuais mais marcantes indicadas por Queen & Schimel (1997) por meio das construções narrativas acerca do narrador (modo e voz) de Gérard Genette (1995), focando relações das seguintes instâncias narrativas: narrador/protagonista, narrador/personagem deuteragonista e protagonista/ personagem deuteragonista.
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