Entre o anjo do lar e a vampira: aspectos góticos em A corda de prata e Crônica da casa assassinada, de Lúcio Cardoso
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2020.173039Palavras-chave:
Crônica da casa asssassinada, Gótico brasileiro, Lúcio Cardoso, VampirismoResumo
O presente artigo propõe uma análise pelo viés do gótico centrada em duas personagens femininas do escritor brasileiro Lúcio Cardoso. Iniciamos com a personagem Ana, do romance Crônica da casa assassinada (1959), constituída por um aspecto fantasmal e febril, e exemplo de figuração de mulher domesticada para o casamento, especificamente para a família dos Meneses. Em um diálogo no qual apontamos similaridades e contrastes, também elencamos para estudo a personagem Gina, do texto dramático A corda de prata (1947), do mesmo escritor, no qual se problematiza a família burguesa, bem como as tensões da mulher nesse espaço opressor e o desdobramento da personagem no arquétipo do vampiro. A fim de embasar as questões elencadas, recorremos às considerações de Maria da Conceição Monteiro sobre o romance gótico, Luiz Costa Lima sobre seu conceito de ave de rapina como metáfora da sexualidade predatória, além de Mario Praz acerca de questões ligadas ao mito vampírico.
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