Nina, Ana, a Crônica e A casa assassinada
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2020.174128Palavras-chave:
Paulo César Saraceni, A casa assassinada, Lúcio Cardoso, Crônica da casa assassinada, Adaptação literáriaResumo
Este artigo propõe uma breve análise do longa-metragem A casa assassinada (1971), de Paulo César Saraceni. Considerando o filme como obra autônoma e o contexto histórico que o separa do lançamento do romance que lhe serviu de base, Crônica da casa assassinada (1959), de Lúcio Cardoso, pretendemos destacar as personagens femininas Nina e Ana. Atentos à disjunção entre palavra e imagem nessa casa fechada, observaremos a maneira como os trechos das narrativas em primeira pessoa dessas personagens foram selecionados do romance e postos em cena no filme.
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