Cacau, de Jorge Amado: a ascensão do romance proletário no Brasil (90 anos depois)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2023.213055Palavras-chave:
Jorge Amado, Cacau, Romance de 1930, Mundo do trabalho, Impasses brasileirosResumo
O artigo examina a obra Cacau, de Jorge Amado, como um admissível romance proletário da matéria rural brasileira. A conhecida obra do autor baiano é uma referência incontornável do denominado romance de 1930, por expor com veemência os empecilhos nacionais insuperados 90 anos depois, como a disputa pela posse da terra, a exploração da mão-de-obra de trabalhadores sem direitos, a condição dependente da nossa economia agroexportadora no sistema-mundo global. Ademais, insere-se como forma literária na disputa sem fronteiras pelos rumos do processo histórico, ao vislumbrar na alternativa revolucionária universal a ultrapassagem dos impasses locais seculares que subjugavam as classes subalternas à condição de dominados das oligarquias regionais subordinadas ao capital internacional.
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