O sublime e a fome
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2023.215578Palavras-chave:
Sublime, Estética, A fome, Rodolfo Teófilo, NaturalismoResumo
O presente trabalho tem por objetivo investigar a manifestação do conceito de sublime – em suas várias facetas – em A fome: cenas da seca no Ceará (1890), romance de estreia do naturalista cearense Rodolfo Teófilo (1853 – 1932). Partindo da hipótese de que várias teorias do sublime se mesclam na prosa de Teófilo, traçamos, primeiramente, uma breve história do sublime enquanto conceito nos campos da estética e da crítica de arte para arcabouçar a análise da obra; para tanto, discutimos as contribuições de Longino (1996), Burke (1993), Kant (1995) e Schiller (2011) para a formação e a consolidação do conceito de sublime. A partir da análise literária, concluímos que o efeito estético arrebatador do sublime é a pedra de toque de A fome. Os sublimes dinâmico e matemático kantiano mesclam-se ao assombro burkeano e ao sublime patético schilleriano, resultando numa amálgama sui generis que reveste de grandeza e tragicidade o tormento dos sertanejos assolados pela seca mais devastadora da história nordestina.
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