Humanizar o animal, animalizar o humano: a formação do bestiário de Ana Paula Maia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2024.222571

Palavras-chave:

Ana Paula Maia, Devir-animal, Literatura contemporânea, Vida nua, Animalidade

Resumo

A obra de Ana Paula Maia instaura sua importância no cenário literário brasileiro ao retratar homens marginalizados, seja por sua origem humilde, seja pelo trabalho que exercem. Além da violência e da brutalização da vida desses personagens, os animais aparecem, nesse universo literário, como parte do processo de desumanização e de questionamento do que é ser humano. No universo literário de Maia, a presença dos animais confronta a humanidade desses homens e a animalização da vida humana. O artigo proposto analisa como ocorre a animalização dos homens e a humanização dos animais nas novelas Entre rinha de cachorros e porcos abatidos (2009) e De gados e homens (2013). Para o intento dessa pesquisa, traremos à baila trabalhos teóricos sobre a biopolítica e a questão da vida nua de Giorgio Agamben (2002), a presença do animal na literatura de Maria Esther Maciel (2021) e o devir-animal de Gilles Deleuze e Félix Guattari (1997).

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Biografia do Autor

  • Natália Lima Ribeiro, Universität Hamburg

    Graduada em Letras – Língua Portuguesa pela Universidade Estadual do Pará (UEPA). Mestra em Letras – Estudos Literários pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Desde outubro de 2023, doutoranda em Filologia Românica e Literatura na Universidade de Hamburgo (UHH), Alemanha, com bolsa de doutorado pleno pela Capes e DAAD, orientada pelo Dr. Markus Klaus Schäffauer. Esse estudo foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior – Brasil (Capes) – Processo número: 88881.718805/2022-01.

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Publicado

2024-08-26

Dados de financiamento

Como Citar

Ribeiro, N. L. (2024). Humanizar o animal, animalizar o humano: a formação do bestiário de Ana Paula Maia. Opiniães, 24, 76-92. https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2024.222571