Chronos kai Anagke: diálogos entre Guimarães Rosa e a Antiguidade

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2024.227636

Palavras-chave:

Chronos Kai Anagke, Destino, Esfinge, Oráculo, Tempo

Resumo

O conto “Chronos kai Anagke” vem para o leitor comum com um título enigmático e, ao mesmo tempo, desafiador. A expressão é uma transliteração do grego, a qual Guimarães Rosa traduz como “Tempo e destino”: essa tradução inicial é nosso ponto de partida. O escritor mineiro apresenta uma narrativa que entrelaça elementos das formas literárias que tecem o enigma, o mistério e os oráculos. O estranhamento presente nessa narrativa permite um diálogo com tais figuras, abrangendo vaticínios, presságios e ameaças esfíngicas, recorrendo a entidades simbólicas da antiguidade que vão do fantástico moderno, proposto por Rosa, ao mítico e maravilhoso das narrativas do mundo antigo. Para além da intertextualidade possível, esse artigo propõe uma aproximação entre a personagem rosiana Zviazline e algumas personagens literárias e míticas, a saber, Macbeth e suas bruxas, Páris, Aquiles e Édipo, que estiveram diante de dilemas que alteraram o curso de sua existência tal como a protagonista rosiana. O destino dessas personagens da Antiguidade e de Zviazline parece convergir para a ideia do inescapável, do inevitável, do trágico. Para a discussão, convocamos Aristóteles e Todorov tendo em vista o estudo do fantástico e Homero e Ovídio para o estudo relativo às narrativas do mundo antigo.

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Biografia do Autor

  • Isabella Albuquerque, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

    Doutoranda em estudos literários no campo da teoria da literatura e literatura comparada pela Faculdade de Letras da UFMG.

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Publicado

2024-10-23

Edição

Seção

Tema livre

Como Citar

Albuquerque, I. (2024). Chronos kai Anagke: diálogos entre Guimarães Rosa e a Antiguidade. Opiniães, 25, 318-335. https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2024.227636