Sob o signo da loucura: Herman Melville e Lúcio Cardoso
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2025.233590Palavras-chave:
Loucura, Herman Melville, Lúcio CardosoResumo
Este artigo teve como objetivo analisar, em Bartleby, o escriturário, de Herman Melville, e Crônica da casa assassinada, de Lúcio Cardoso, o conceito de loucura na literatura, uma vez que os personagens retratados representariam, metaforicamente, a presença de uma figura insubmissa e contrária ao modelo social esperado, o que lhes garantiria, nesse sentido, a alcunha de louco, ou insano. Assim, buscou-se entrever, nos romances analisados, um conjunto de narrativas perpassadas por ruínas e escombros físicos, sociais, morais e, ainda, mentais, uma poética da degradação e da insanidade na literatura ocidental. Para definir o conceito de loucura e os seus desdobramentos no texto literário, este trabalho pautou-se nas contribuições de Michel Foucault (2002) e Gilles Deleuze (1997). Sob este viés, foi possível analisar a representação da loucura no texto literário por intermédio de uma leitura metafórica dos personagens retratados.
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