Há como escamotear as questões do método?

Autores

  • Lucia Santaella Universidade de São Paulo. Escola de Comunicações e Artes Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-2593.organicom.2016.139338

Palavras-chave:

Ciência. Pesquisa. Método. Procedimentos.

Resumo

A inserção da pesquisa nas áreas das humanidades é, por vezes, utilizada como álibi para justificar certa displicência em relação às questões do método. Diferentemente das ciências exatas e naturais nas quais os protocolos metodológicos são relativamente claros e os estudantes são submetidos a um treinamento para isso, nas humanidades, por seu lado, existe uma grande variação de tipos de pesquisa, variação que já começa por sua impossibilidade de se restringir ao binômio-chave entre pesquisa básica e aplicada que norteia as ciências ditas empíricas. Em concordância com Latour, quando afirma que não há ciências duras e ciências moles ou flexíveis, mas apenas cientistas indiferentes e cientistas capazes de estabelecer uma diferença entre estados de coisas até então confundidos, este artigo propõe que, para estabelecer diferenças na confusão, é preciso se ater aos percursos e procedimentos que são próprios da pesquisa em cujo cerne situa-se a questão do método. Esta se torna muito mais imperiosa justamente porque os métodos não só estão pluralmente presentes quanto também proliferam sem interrupções nas humanidades científicas.

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Biografia do Autor

  • Lucia Santaella, Universidade de São Paulo. Escola de Comunicações e Artes Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
    Doutora em Teoria Literária pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Livre-docente em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Pesquisadora de nível 1 A do CNPq. Professora titular na pós-graduação em Comunicação e Semiótica e na pós-graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, na PUC-SP.

Publicado

2016-12-03

Como Citar

SANTAELLA, Lucia. Há como escamotear as questões do método?. Organicom, São Paulo, Brasil, v. 13, n. 25, p. 50–68, 2016. DOI: 10.11606/issn.2238-2593.organicom.2016.139338. Disponível em: https://revistas.usp.br/organicom/article/view/139338.. Acesso em: 2 fev. 2025.