Representações de lazer e de suas implicações políticas no Cinema da República de Weimar: Metropolis e Menschen am Sonntag
DOI:
https://doi.org/10.11606/1982-8837e239457Palavras-chave:
Lazer, Cinema alemão, Política, Metropolis, Menschen am SonntagResumo
Este artigo busca analisar as representações de lazer em dois filmes do cinema alemão da República de Weimar: Metropolis, de Fritz Lang, lançado em 1927, e Menschen am Sonntag (Gente no Domingo, de Robert Siodmak e Edgar G. Ulmer, lançado em 1930. Para isso, partimos da premissa de que o cinema é um campo privilegiado de disputas simbólicas, sendo um meio de construção de representações sociais. No contexto da Alemanha no período entreguerras, marcado por tensões, disputas políticas, culturais e sociais, o lazer tornou-se um tema em disputa, tanto no cotidiano da população, quanto nas telas. A partir de uma análise fílmica, por meio de seleção de fotogramas, procuramos atingir o objetivo proposto. Ao se constituir quase como uma etnografia do cotidiano, Menschen am Sonntag se distancia de Metropolis em seus caminhos estéticos e políticos, refletindo as tensões do período.
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