Quantificação da pressão de predação e papel dos locais abrigados de aquecimento ao sol em serpentes de pequeno porte na África do Sul

Resumo

Serpentes de pequeno porte são frequentemente predadas por aves, répteis e mamíferos. A quantificação da taxa de mortalidade devido à predação é dificultada pela baixa probabilidade de se observar eventos de predação. Estudos utilizando modelos de plasticina têm mostrado que serpentes de pequeno porte podem experimentar taxas de predação relativamente altas. Avaliei a taxa de predação sobre serpentes de pequeno porte na região do Cabo Oriental da África do Sul usando modelos de serpentes construídos com argila de secagem lenta (como um substituto da plasticina) e testei se serpentes aquecendo-se em posições semi-escondidas, com pelo menos metade do corpo coberta pela vegetação, obtêm proteção contra a detecção por aves e mamíferos predadores potenciais. Meus resultados indicaram taxas de predação relativamente altas, com metade de todos os modelos de serpentes não escondidos tendo experimentado ataques. A taxa de predação sobre os modelos colocados em ambientes parcialmente escondidos foi menor que a taxa registrada para os modelos posicionados em ambientes abertos, mas essa diferença mostrou-se estatisticamente pouco significativa. Os resultados sugerem que aquecer-se em áreas abrigadas pode oferecer proteção contra predadores. As tentativas de predação de modelos escondidos sugerem que os predadores vasculham ativamente áreas em que as presas poderiam se abrigar. Meus resultados representam a primeira quantificação da predação de pequenas serpentes na África do Sul e levantam várias questões relacionadas à ecologia comportamental da diversificada ofidiofauna encontrada nesse país