Uma reavaliação das vocalizações de três espécies de Ololygon (Anura: Hylidae) do sudeste do Brasil

Resumo

As vocalizações de Ololygon hiemalis, O. ranki e O. canastrensis são redescritas para fornecer detalhes adicionais em seus complexos repertórios vocais. A diagnose acústica de O. hiemalis é atualizada em relação ao seus congêneres, especialmente em relação ao seu morfologicamente semelhante O. ranki, o qual nós também avaliamos suas diagnoses morfológicas. Três tipos distintos de notas são reconhecidos na vocalização das três espécies (grunhido curto, grunhido longo e estalos), os quais são emitidos em diferentes organizações acústicas. A principal organização acústica das três espécies é aqui referida como o canto Tipo “A”, cada um dos quais possui uma estrutura multi-nota composta de uma série de grunhidos curtos com aumento nota por nota em amplitude ao longo da duração do canto. O canto Tipo A de O. hiemalis não foi descrito na descrição original da espécie. O canto Tipo A de topótipos de O. ranki assemelha-se estruturalmente com os cantos descritos na descrição original da espécie. Da mesma forma, o canto Tipo A de O. canastrensis é equivalente àqueles cantos descritos na descrição original da espécie. Embora Ololygon hiemalis e O. ranki sejam fenotipicamente indistinguíveis, existem diferenças quantitativas em algumas características dos cantos. Várias espécies de Ololygon possuem vocalizações complexas que consistem de, pelo menos, dois tipos de notas que podem ser emitidos em diferentes combinações. Apesar da complexidade de emissões acústicas, o canto Tipo A de várias espécies parece ser filogeneticamente conservado. Visto que cantos de algumas espécies são apenas brevemente descritas, nós enfatizamos a necessidade de, e importância de, caracterizações compreensivas das vocalizações de anuros para suportar comparações acústicas futuras