Tamanho e sobreposição de áreas de vida em uma população introduzida do lagarto cubano Anolis equestris (Squamata: Iguanidae)

Resumo

Muitos estudos investigaram as relações espaciais entre lagartos terrestres, mas as espécies arborícolas permanecem pouco estudadas devido a dificuldades de observação. A visão convencional do tamanho e da sobreposição de áreas de vida entre espécies poligínicas territoriais de lagartos afirma que: (1) as áreas de vida dos machos são maiores que as das fêmeas; (2) geralmente abrangem, ou se sobrepõem substancialmente, as áreas de várias fêmeas; e (3) a sobreposição entre as áreas dos machos varia, mas frequentemente é minima, enquanto as áreas das fêmeas geralmente se sobrepõem extensamente. Contudo, a escassez de estudos pertinentes dificulta uma generalização desses padrões para lagartos arborícolas. Usando técnicas de radiotelemetria e de marcação e recaptura, estudamos o tamanho e a sobreposição das áreas de vida dos indivíduos de uma população do lagarto cubano Anolis equestris introduzida em Miami, Flórida, e comparamos nossos resultados com os dados disponíveis na literatura para outras 15 espécies de Anolis. Em ambos os sexos, as áreas de vida se sobrepõem substancialmente com as áreas tanto de indivíduos do mesmo sexo como de sexos diferentes. Além disso, não houve diferença significativa entre as áreas de vida de machos e fêmeas, uma observação incomum em lagartos. As áreas de vida de machos e fêmeas de A. equestris foram significativamente maiores que as das outras espécies analisadas, com exceção de duas espécies para as quais não foram possíveis comparações estatísticas. Nossos resultados sugerem que as áreas de vida e os arranjos espaciais específicos de cada sexo para lagartos do dossel podem diferir daqueles de espécies mais terrestres.