Ovipostura e desenvolvimento na perereca-de-vidro Hyalinobatrachium orientale (Anura: Centrolenidae)

Resumo

Descrevemos aqui características da ovipostura e do desenvolvimento embrionário externo da perereca-de-vidro de Tobago, Hyalinobatrachium orientale. Os ovos são quase sempre depositados na superfície abaxial das folhas (com uma exceção). Geralmente, são usadas folhas de Heliconia sp., mas, na ausência destas, podem ser usadas folhas de Philodendron sp. e de palmeiras. As desovas contêm 28,0 ± 5,3 ovos (média ± DP) e os ovos possuem diâmetro de 1,86 ± 0,11 mm. O comportamento de um casal em amplexo foi acompanhado por mais de cinco horas; o casal girou diversas vezes em torno de uma pequena área da folha, depositando os ovos em uma formação espiral apertada. As características embrionárias externas foram observadas por microscopia electrônica de varredura. A ciliação é extensa até o momento da eclosão, quando é perdida; as brânquias externas são curtas, e não existe uma glândula de cemento. Células glandulares de eclosão foram detectadas na superfície anterodorsal da cabeça a partir do dia Dia 4 após a ovipostura e persistiram até pelo menos o Dia 10, e a eclosão ocorreu entre os Dias 9 e 16. Durante esse período, foi observado o desenvolvimento progressivo do comprimento da cauda, da pigmentação superficial, do enovelamento do intestino e das características do disco oral. Após a eclosão, larvas criadas por seis semanas cresceram 37% no comprimento e tiveram seu peso triplicado, mas permaneceram no estágio 25 de Gosner.