O mijo, o picho e o lixo: as festas de rua e as modulações do público e do privado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/fb3y9a24

Palavras-chave:

cidades, festas de rua, processos de subjetivação, produção do comum, lixo

Resumo

As festas de rua são tomadas, neste artigo, como intervenções clínico-políticas sobre nossos modos de viver e fazer cidades. São, portanto, entendidas como ações que tensionam ou deslocam nossos processos de subjetivação e formas de vivermos juntes1. Como tal, problematizam, especialmente, nossas práticas de modulação das fronteiras entre o público e o privado, provocando uma série de invenções, estranhamentos e conflitos. O método cartográfico orientou o estudo, guiando-o entre experimentações urbanísticas, operadas por eventos festivos e suas provocações aos nossos modos de existir. Acompanhando processos que iam da concepção aos encontros/embates entre corpos em festa, tomamos alguns dos seus elementos para fazer ver práticas que evidenciam tanto nossas formas instituídas de separar o público do privado quanto as que colocam esta separação em xeque. São sons, excrementos e lixo que aqui falam de uma disputa pela constituição-ocupação de territórios e apontam diferentes ético-estéticas de políticas da cidade.

Biografia do Autor

  • Gabriel Vargas Bernardo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional (PPGPSI) Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Rio Grande do Sul,. Brasil

  • Camila Braz da Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS), Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

  • Luis Artur Costa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Docente adjunto do Departamento de Psicologia Social e Institucional e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional (PPGPSI), Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil.

  • Simone Mainieri Paulon, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Docente Associada do Departamento de Psicologia Social e Institucional e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional (PPGPSI), Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

  • Rafael Godois Saldanha, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Graduando pelo Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

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Publicado

2022-12-23

Edição

Seção

Cir-Kula

Como Citar

Bernardo, G. V. ., Silva, C. B. da ., Costa, L. A. ., Paulon, S. M. ., & Saldanha, R. G. . (2022). O mijo, o picho e o lixo: as festas de rua e as modulações do público e do privado. Ponto Urbe, 30(2), 1-27. https://doi.org/10.11606/fb3y9a24