Política com farra: a Festa da Chiquita e a expressão política de LGBTs em Belém/PA desde o regime militar (1976)

Autores

  • João Filipe Araújo Cruz Graduando em Ciências Sociais, Universidade de São Paulo
  • Igor Costa Pereira de Souza Historiador, cientista social e mestrando em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/fzcxz267

Palavras-chave:

Festa da Chiquita, LGBT, Belém, política, festa

Resumo

Maior procissão católica do Brasil, e uma das maiores do mundo, o Círio de Nazaré convive desde 1976 com a Festa da Chiquita. Festa que surgiu sob período ditatorial (1964 - 1985) e pode ser considerada a mais antiga manifestação cultural e política da comunidade LGBT brasileira. Pensá-la, a partir de sua interação com o Círio e com a Igreja Católica significa, dentre outras coisas, problematizar questões como resistência, visibilidade e apropriação do espaço urbano por minorias. Não por acaso essa relação, ao longo das décadas, tem sido tensa e correntemente entendida a partir da oposição entre as noções de sagrado e profano, tanto pela academia, quanto por agentes participantes de ambos eventos, incluindo-se aí, agentes estatais, religiosos, midiáticos e a sociedade toda. Em 2014, parte da Chiquita desembarcou em São Paulo para uma participação na Parada LGBT da cidade e aceitou realizar uma intervenção na Preparada, festa organizada por estudantes LGBT do curso de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo. Um dos membros fundadores da Festa da Chiquita, Elói Iglesias, é cantor, compositor, ator, performer e artista popular premiado com o prêmio Estímulo Funart de 1996. Conhecido em Belém por misturar artes multimídias com ritmos populares, Iglesias, é, atualmente, uma das principais lideranças da Festa da Chiquita. Esteve presente desde seu primórdios e se constitui em testemunha/agente dos percalços, negociações, tensões e consolidação da Festa Filhas de Chiquita. A entrevista a seguir é resultado do encontro entre Elói Iglesias, um dos fundadores e atualmente um dos principais organizadores da Chiquita, e uma nova geração em formação.

Referências

DIÁRIO DO PARÁ. 2015. Chiquita é Barrada na Festa do Círio. Belém, 28 jun 2015. Entretenimento e Cultura. Disponível em: (http://http://www.diarioonline.com.br/entretenimento/cultura/noticia-335325-chiquita-e-barrada-na-festa-do-cirio.html). Acesso em: 01 dez 2015

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Publicado

2016-07-30

Edição

Seção

Entrevistas

Como Citar

Cruz, J. F. A., & Souza, I. C. P. de . (2016). Política com farra: a Festa da Chiquita e a expressão política de LGBTs em Belém/PA desde o regime militar (1976). Ponto Urbe, 18, 1-7. https://doi.org/10.11606/fzcxz267