“Ocupamos as ruas com estandartes, confetes e serpentinas mostrando que o Rio é nosso”: o carnaval dos blocos de rua como espaço de luta política pelo direito à cidade

Autores

Palavras-chave:

carnaval, blocos de rua, direito à cidade, direito à cultura, interseccionalidade

Resumo

A discussão sobre direito à cidade vem sendo reatualizada nos últimos anos no campo das ciências humanas. Ela também passou a fazer parte do discurso dos movimentos sociais e culturais que, além de se apropriarem do conceito teórico desenvolvido por Lefebvre e Harvey, o ressignificam, atribuindo novas e múltiplas interpretações. Atualmente, o carnaval dos blocos de rua na cidade do Rio de Janeiro está pensando na festa como espaço privilegiado de disputas na arena política. Muitos blocos, associações e coletivos carnavalescos incorporaram em seus discursos as reivindicações em torno do direito à cidade, em um processo de carnavalização da política na e pela cidade. Este artigo busca compreender qual é o entendimento que os blocos de carnaval de rua estão utilizando para construir suas próprias reivindicações em torno do direito à cidade, discutindo e reivindicando o espaço urbano e suas vivências a partir de especificidades como gênero e sexualidade.

Biografia do Autor

  • Marina Bay Frydberg, Universidade Federal Fluminense

    Antropóloga e professora da Universidade Federal Fluminense no curso de Produção Cultural e no Programa de Pós-Graduação em Cultura e Territorialidades.

  • Ana Clara Vega Martinez Veras Ferreira, Universidade Federal Fluminense

    Graduanda em Produção Cultural na Universidade Federal Fluminense.

  • Emily Cardoso Dias

    Graduanda em Produção Cultural na Universidade Federal Fluminense.

Referências

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Publicado

2020-12-10

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Artigos

Como Citar

Frydberg, M. B. ., Ferreira, A. C. V. M. V., & Dias, E. C. (2020). “Ocupamos as ruas com estandartes, confetes e serpentinas mostrando que o Rio é nosso”: o carnaval dos blocos de rua como espaço de luta política pelo direito à cidade. Ponto Urbe, 27, 1-12. https://revistas.usp.br/pontourbe/article/view/217653