Etnografias possíveis: “estar” ou “ser” de dentro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/x908yc69

Palavras-chave:

etnografia

Resumo

A partir das experiências etnográficas das autoras e da percepção das emoções no campo analisa-se a relevância da proximidade – em seus distintos graus - do antropólogo na interação com os sujeitos observados. A tradição etnográfica, marcada pela relação com os outros, distantes tanto no sentido cultural quanto espacial, foi vastamente exercida e criticada. A autoridade etnográfica é objeto de constante reflexão na história da construção da identidade do antropólogo, seja para enfatizar o lugar e o papel da objetividade científica do saber antropológico ou para qualificar a presença dos distintos atores envolvidos na etnografia (Geertz, 1983; Clifford, 2002).

Referências

ABU-LUGHOD, Lila. Veiled Sentiments. Honor and Poetry in a bedouin society. Berkeley & Los Angeles: University of California Press, 1986.

ABU-LUGHOD, Lila. 1990. “Shifting Politics in Bedouin Love Poetry”. In ABU-LUGHOD, Lila e LUTZ, Catherine (orgs.), Language and the Politics of Emotion. New York: Cambridge University Press.

BARBOSA, Lívia N. H. “O jeitinho, ou a arte de ser mais igual que os outros”. Ciência Hoje, 7 (42), 1988.

BOURDIEU, Pierre. Esboço de auto-análise. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

CLIFFORD, James. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2002.

COELHO, Maria Claudia. “A Compreensão do Outro: ética, o lugar do ‘nativo’ e a desnaturalização da experiência”. In: REUNIÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, XXV, 2006. (cd-rom)

CRAPANZANO, Vincent. “Diálogo”. Anuário Antropológico 88, Brasília, p. 59-80, 1991.

CRAPANZANO, Vincent. “Réflexions sur une anthropologie des émotions”. Terrain, 22 mars 1994, p. 109-117.

DOI : 10.4000/terrain.3089

DA MATTA, Roberto. O ofício de etnólogo, ou como ter ‘anthropological blues’. In: NUNES, E. O. (org.) A Aventura Sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

DA MATTA, Roberto. Carnavais, Malandros e Heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. Rio de Janeiro: Guanabara, 1990.

DUARTE, L. F. D. “O Sacrário Original. Pessoa, Família e Religiosidade”. Religião e Sociedade, Rio de Janeiro, 26(2), p. 11-39, 2006.

DUARTE, L. F. D.; GOMES, Edlaine C.; JABOR, Juliana; & LUNA, Naara. "Família, Reprodução e Ethos Religioso – subjetivismo e naturalismo como valores estruturantes". In DUARTE, L. F. D.; HEILBORN, M. L.; LINS DE BARROS, M.; PEIXOTO, C. – orgs.). Família e Religião. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2006b.

DUARTE, Luiz Fernando Dias, GOMES, E. C. Três famílias. Identidades e Trajetórias Transgeracionais nas Classes Populares (no prelo). Rio de Janeiro: FGV, 2008 p.285.

FAVRET-SAADA, Jeanne. Ser afetado. Cadernos de Campo, São Paulo, ano 14, n. 13, 155-161, 2005.

GEERTZ, Clifford. Works and Lives: The Anthropologist as Author. California: Stanford, 1983.

GOMES, Edlaine de Campos. A ‘Era das Catedrais’ da IURD: a autenticidade em exibição. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) PPCS/UERJ, Rio de Janeiro, 2004.

GOMES, Edlaine de Campos. Família e Trajetórias Individuais em Contexto Religioso Plural. In DUARTE, L. F. D.; HEILBORN, M. L.; LINS DE BARROS, M.; PEIXOTO, C. – orgs.). Família e Religião. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2006a.

GOMES, Edlaine de Campos. Morte em família: ritos funerários em tempo de pluralismo religioso. Revista de Antropologia (USP), v.49, p.731 - 754, 2006b.

GOMES, E. C. "Parente não é família: conjugalidade e tensões entre 'irmãos de sangue' e 'irmãos de fé'", 30º Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu, 2006c (Cd-rom)

GOMES, Edlaine de Campos.Os escolhidos da técnica: a difícil arte de ser "viável". Rio de Janeiro: Physis: Revista de Saúde Coletiva, v.27/1, p. 193-197, 2007.

KONDO, Dorinne K. Crafting Selves. Power, Gender, and Discourses of Identity in a Japanese Workplace.Chicago, London: The University of Chicago Press, 1990.

DOI : 10.7208/chicago/9780226098159.001.0001

MAGNANI, José Guilherme C. De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol 17, n. 49 - São Paulo, junho de 2002.

DOI : 10.1590/S0102-69092002000200002

MALINOWSKI, Bronislaw. Um diário no sentido estrito do termo. Rio de Janeiro: Record, 1997.

MAUÊS, Raymundo Heraldo. "Morte moderna" e "morte contemporânea": formas distintas e contemporâneas de expropriação. Physisvol.16 no.2 Rio de Janeiro 2006

DOI : 10.1590/S0103-73312006000200011

MENEZES, Rachel Aisengart. Etnografia do ensino médico em CTI. Interface: comunicação, saúde, educação. Botucatu, 2001, n. 9, p. 117-132, ago.2001

MENEZES, Rachel Aisengart. Em busca da boa morte. Antropologia dos Cuidados Paliativos. Rio de Janeiro: Fiocruz/Garamond, 2004.

MENEZES, Rachel Aisengart. Profissionais de saúde e a morte: emoções e formas de gestão. Teoria e Sociedade, Belo Horizonte, 2005, n. 13.1, p. 200-225, janeiro/junho 2005.

MENEZES, Rachel Aisengart. Difíceis decisões. Etnografia de um Centro de Tratamento Intensivo. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2006.

DOI : 10.7476/9788575413135

ORLANDELLA, Ângelo Ralph. O impacto Whyte sobre um Underdog. In WHYTE, William Foote. Sociedade de Esquina. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005.

PEIRANO, Mariza. Antropologia no Brasil: alteridade contextualizada. In: MICELI, Sérgio. O que ler na Ciência Social Brasileira (1970-1995), Antropologia. São Paulo: Editora Sumaré: ANPOCS; rasília, DF: CAPES, 1999.

RODOLPHO, Adriane Luisa. “Sobre as ‘gafes’ e as inviabilidades no trabalho de campo: dilemas de ética e possibilidades de metodologia de pesquisa”. In: REUNIÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, XXV, 2006, CD.

ROSALDO, Renato. Culture & Truth. The remaking of social analysis. Boston: Beacon Press, 1989.

SILVA, Vagner Gonçalves. O Antropólogo e sua Magia. São Paulo: Edusp, 2006.

VELHO, Gilberto. Observando o familiar. In: NUNES, Edson de Oliveira. A Aventura Sociológica. Rio de Janeiro, Zahar Editores: 1978.

ZONABEND, Françoise. “De l’objet et de sa restitution en anthropologie”. Ghradiva, 16, 1994: 10.

DOI : 10.3406/gradh.1994.1543

Downloads

Publicado

2008-12-12

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Gomes, E. de C. ., & Menezes, R. A. . (2008). Etnografias possíveis: “estar” ou “ser” de dentro. Ponto Urbe, 3, 1-25. https://doi.org/10.11606/x908yc69