Fé na rua, folia em movimento: contribuições dos estudos de mobilidade para a investigação da folia de reis na cidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/2d857475Palavras-chave:
folia de reis, mobilidades, celebrações religiosas, cidade, virada da mobilidadeResumo
A partir das experiências de mobilidade em uma folia de reis de Belo Horizonte/MG, o presente estudo investiga as relações e dinâmicas que atravessam a realização da folia pelos espaços da cidade. Tomando a virada da mobilidade como pano de fundo teórico-metodológico, apresenta como as relações dos foliões uns com os outros, com outros agentes e com a materialidade das ruas operam na definição dos itinerários, trajetos e movimentos nessa celebração. Esse trabalho pretende contribuir para as discussões contemporâneas sobre as cidades, apresentando as potencialidades dos estudos de mobilidade na compreensão dos fenômenos urbanos, dentre eles as celebrações religiosas que acontecem no espaço público.
Referências
ADEY, Peter. 2006. “If Mobility is Everything Then it is Nothing: Towards a Relational Politics of (Im)mobilities”. Mobilities v.1 n.1: 75–94.
DOI : 10.1080/17450100500489080
ARQUIVO Público da Cidade de Belo Horizonte. 2008. Histórias de bairros de Belo Horizonte. Regional Noroeste. Belo Horizonte: APCBH/ACAP-BH.
BITTER, Daniel. 2008. A Bandeira e a Máscara: a circulação de objetos rituais nas folias de reis. Rio de Janeiro: Tese de Doutorado em Ciências Humanas, UFRJ.
BONESSO, Mário. 2006. Encontro de Bandeiras: o ciclo festivo do Triângulo Mineiro. São Carlos: Dissertação de Mestrado em Antropologia, UFSCar.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. 1977. A Folia de Reis de Mossâmedes. Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte-FUNARTE/Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. 1981. Sacerdotes de Viola. Rituais religiosos do catolicismo popular em São Paulo e Minas Gerais. Petrópolis: Vozes.
CERTEAU, Michel de. 1998. A invenção do cotidiano. Artes de fazer. Petrópolis: Vozes.
CHAVES, Wagner Neves Diniz. 2009. A bandeira é o santo e o santo não é a bandeira: práticas e presentificação do santo nas folias de reis e de São José. Rio de Janeiro: Tese de Doutorado em Antropologia Social, MN/UFRJ.
CHAVES, Wagner Neves Diniz. 2014. “Canto, voz e presença: uma análise do poder da palavra cantada nas folias norte-mineiras”. Mana v.20 n.2: 249-280.
DOI : 10.1590/S0104-93132014000200002
CONLIN, Jonathan. 2015. Histórias de Duas Cidades. Paris, Londres e o nascimento da cidade moderna. Belo Horizonte: Autêntica.
CORDEIRO, Graça Índias. 2003. “A antropologia urbana entre a tradição e a prática”. In: G. I. Cordeiro; L. V. Baptista; A. F. Costa (orgs.), Etnografias urbanas. Oieiras: Celta Ed. pp. 3-32.
CRESSWELL, Tim. 2011. “Mobilities I: Catching up”. Progress in Human Geography n.35: 550-558.
DOI : 10.1177/0309132510383348
CRESSWELL, Tim. 2006. On the move. Mobilities in the modern western world. New York: Routledge.
DOI : 10.4324/9780203446713
GANS, Herbert J. 2002. “The sociology of space: a use-centered view”. City & Community v.1 n.4: 329-339.
DOI : 10.1111/1540-6040.00027
GONZÁLEZ, Rúben Camilo Lois; FERNÁNDEZ, Belén María Castro; LOPEZ, Lucrezia. 2015. “From Sacred Place to Monumental Space: Mobility Along the Way to St. James”. Mobilities v.11 n.5: 770-788.
DOI : 10.1080/17450101.2015.1080528
GUSFIELD, Joseph. 2014. La cultura de los problemas públicos: el mito del conductor alcoholizado versus la sociedad inocente. Buenos Aires: Siglo Veintiuno editores.
HARVEY, David. 1980. “Processos Sociais e Forma Espacial: (1) Os Problemas Conceituais do Planejamento Urbano”. In: HARVEY, David. A Justiça Social e a Cidade. São Paulo: Hucitec. pp. 13-37.
HOWITT, Richard. 2007. “Scale”. In: J. Agnew; K. Mitchell; G. Toal (eds.), A Companion to Political Geography. Malden: Blackwell Publishing. pp. 138-157.
INSTITUTO Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. 2017. Dossiê para registro das Folias de Minas do estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: IEPHA/MG.
JIRÓN, Paola. 2010. “Mobile Borders in Urban Daily Mobility Practices in Santiago de Chile”. International Political Sociology v.4: 66-79.
DOI : 10.1111/j.1749-5687.2009.00092.x
JIRÓN, Paola. 2011. “On becoming ‘la sombra/the shadow’”. In: M. Büscher; P. Urry; K. Witchger (eds.), Mobile Methods. London: Routledge. pp. 36-56.
JIRÓN, Paola; ITURRA Luis. 2011. “Momentos móviles. Los lugares móviles y la nueva construcción del espacio público”. Arquitecturas del Sur v.39: 44-57.
KAUFMANN, Vincent. 2014. “Mobility as a Tool for Sociology”. Sociologica, v.1: 1-17.
KITIARSA, Pattana. 2010. “Buddha‐izing a Global City‐State: Transnational Religious, Mobilities, Spiritual Marketplace, and Thai Migrant Monks in Singapore”. Mobilities v.5 n.2: 257-275.
DOI : 10.1080/17450101003665184
LEVITT, Peggy; LUCKEN, Kristen; BARNETT, Melissa. 2011. “Beyond Home and Return: Negotiating Religious Identity across Time and Space through the Prism of the American Experience”. Mobilities v.6 n.4: 467-482.
DOI : 10.1080/17450101.2011.603942
MAGNANI, José Guilherme Cantor. 2002. “De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana”. Revista Brasileira de Ciências Sociais v.17 n.49: 11-29.
DOI : 10.1590/S0102-69092002000200002
MASSEY, Doreen; KEYNES, Milton. 2004. “Filosofia e política da espacialidade: algumas considerações”. GEOgraphia v.6 n.12: 7-23.
DOI : 10.22409/GEOgraphia2004.v6i12.a13477
PEIRANO, Mariza. 2014. “Etnografia não é método”. Horizontes Antropológicos v.20 n.42: 377-391.
DOI : 10.1590/s0104-71832014000200015
PEREIRA, Luzimar Paulo. 2014. “O giro dos outros: fundamentos e sistemas nas folias de Urucuia, Minas Gerais”. Mana v.20 n.3: 545-573.
DOI : 10.1590/S0104-93132014000300005
REZENDE, Claudia Barcellos. 2002. Os significados da amizade. Duas visões de pessoa e sociedade. Rio de Janeiro: Editora FGV.
SHELLER, Mimi; URRY, John. 2006. “The new mobilities paradigm”. Environment and Planning A v.38: 207-226.
DOI : 10.1068/a37268
SILVA, Vagner Gonçalves da. 1996. “As esquinas sagradas: candomblé e o uso religioso da cidade”. In: J. G. Magnani; L. Torres (orgs.), Na metrópole: textos de antropologia urbana. São Paulo: Edusp/Fapesp. pp. 88-123.
SIMMEL, Georg. 2005. “As grandes cidades e a vida do espírito (1903)”. Mana v.11 n.2: 577-591.
SPINNEY, Justin. 2011. “A chance to catch a breath: Using mobile video ethnography in cycling research”. Mobilities v.6 n.2: 161–182.
DOI : 10.1080/17450101.2011.552771
VELHO, Gilberto; MACHADO, Luiz Antônio. 1977. “Organização social do meio urbano”. Anuário Antropológico n.76: 71-82.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Guilherme Eugênio
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.