As Folias de Reis e suas peregrinações rituais por territórios liminares urbanos

Autores

  • Luiz Gustavo Mendel Souza Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.11606/nvd4py15

Palavras-chave:

folias de reis, peregrinações religiosas, tráfico de drogas, territórios urbanos, São Gonçalo-RJ

Resumo

Em diversas regiões do Brasil, durante o período de festejos natalinos, grupos de cantores e tocadores realizam um longo circuito de visitas rituais às moradias de familiares, vizinhos e amigos, distribuindo bênçãos em troca de ofertas destinadas à realização de uma grande festa em louvor aos Reis Magos do Oriente. As peregrinações religiosas, denominadas jornadas ou giros, inspiradas nas viagens míticas dos Reis Magos, colocam em circulação uma ampla gama de bens tais como: bênçãos, graças, visitas, refeições, dinheiro, presentes, favores, cantos religiosos, trabalho, divertimento etc. Neste trabalho, propomos explorar a problemática dos deslocamentos desses foliões por territórios urbanos liminares, frequentemente hierarquizados por fronteiras materiais, morais e simbólicas. Para dar curso a estas visitas rituais, os foliões se engajam em complexas e, às vezes, tensas negociações com múltiplos agentes sociais para se movimentarem, através de suas “táticas”, neste mapa liminar e hierárquico de domínios, lugares e pessoas.

Biografia do Autor

  • Luiz Gustavo Mendel Souza, Universidade Federal Fluminense

    Doutor em Antropologia pelo Programa em Pós-Graduação em Antropologia (PPGA) da Universidade Federal Fluminense. Universidade Federal Fluminense (UFF) – Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF) Rua Professor Marcos Waldemar de Freitas Reis, s/nº Campus do Gragoatá – Bloco P, 2º andar – Sala 203 CEP: 24210-201 – São Domingos – Niterói – RJ. A pesquisa que resultou neste artigo contou com financiamento da CAPES. 

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Publicado

2019-07-26

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Souza, L. G. M. . (2019). As Folias de Reis e suas peregrinações rituais por territórios liminares urbanos. Ponto Urbe, 24, 1-20. https://doi.org/10.11606/nvd4py15