O futebol sem o jogo: dois dias da queda do avião da Chapecoense

Autores

  • Yuri Bassichetto Tambucci Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/760k2z64

Palavras-chave:

Antropologia Urbana, Etnotícias, Acidente, Futebol

Resumo

Na manhã de terça-feira, 29 de novembro de 2016, a primeira notícia veio por amigos, pelo celular: o avião que levava a equipe da Chapecoense e jornalistas para a final da Copa Sulamericana tinha caído, deixando 71 mortos. Minha perplexidade inicial aos poucos deu lugar a uma narrativa mais completa, à medida em que a memória trabalhava e em que começava a acompanhar as notícias divulgadas via rádio, internet e televisão. Dois dias antes a equipe jogara em São Paulo uma partida contra o Palmeiras, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol. O jogo marcou a conquista do título do alviverde paulistano e o último compromisso do alviverde catarinense antes do mais importante jogo de sua história, a primeira final de um torneio continental. De São Paulo, os jogadores, membros da comissão técnica, jornalistas, dirigentes e convidados seguiriam viagem diretamente para Medellin, na Colômbia, em voo fretado pela companhia aérea boliviana Lamia. No entanto, por conta da legislação aérea nacional (Código Brasileiro de Aeronáutica) e internacional (Convenção de Chicago), que exigem que voos internacionais devam ser realizados por companhias aéreas do mesmo país que a origem ou o destino da viagem, o trajeto foi dividido em dois trechos. Os passageiros seguiriam em voo comercial de São Paulo a Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e de lá pegariam o avião da Lamia até a Colômbia. As primeiras notícias sobre o acidente trouxeram a possibilidade de o avião ter ficado sem combustível, versão que ganhou força nos dias seguintes, mas que chegou a ser descartada no início por parecer absurda.

Biografia do Autor

  • Yuri Bassichetto Tambucci, Universidade de São Paulo

    Yuri Bassichetto Tambucci é cientista social e mestre em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP). Pesquisador associado do Laboratório do Núcleo de Antropologia Urbana (LabNAU-USP) e sócio da Argonautas - Pesquisa Etnográfica, possui experiências em pesquisas etnográficas com enfoques relacionados à Antropologia Urbana, como lazer e práticas de sociabilidade, mobilidade, cultura, movimento estudantil e esporte. Trabalhou como consultor em pesquisas e foi professor em cursos que buscaram associar os conhecimentos da antropologia e o método etnográfico a outras áreas do conhecimento, como Arquitetura, Urbanismo, Educação Física, Educação e Geografia. Fonte: Lattes

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Publicado

2016-12-31

Edição

Seção

Etnotícias

Como Citar

O futebol sem o jogo: dois dias da queda do avião da Chapecoense (Y. . Bassichetto Tambucci , Trad.). (2016). Ponto Urbe, 19, 1-9. https://doi.org/10.11606/760k2z64