Os “emos das antigas” e os “posers de emo”: identidades, conflitos e estigma na cena musical roqueira

Autores

  • Raphael Bispo Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/x6t67603

Palavras-chave:

emo, juventude, estilos de vida

Resumo

Este artigo tem como proposta analisar o estilo de vida da juventude constituinte de um mundo artístico contemporâneo, o Emo, do rock sentimental e valorizador de atitudes românticas. A partir de um trabalho de campo realizado no Rio de Janeiro, privilegia-se aqui uma análise do processo de formulação e contraposição de “identidades” realizado por um grupo de emos carioca, enfatizando as dinâmicas de afastamento e aproximação destes jovens à “identidade emo” disseminada na cena roqueira da cidade. O foco incide sobre as acusações e tentativas de estigmatização feitas pelos “emos das antigas” aos novos fãs do gênero, classificados por eles como “posers de emo”. Além de um suposto mau gosto musical, condenado pelos “das antigas”, os conflitos entre os jovens emergem também a partir da valorização positiva da “homossexualidade” pelos “posers”, acompanhada de uma incitação um tanto romântica à experimentação homoerótica.

 

Biografia do Autor

  • Raphael Bispo, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    É mestre em Antropologia Social pelo Museu Nacional/UFRJ (2009) articulando um estudo sobre juventude, cultura de massa e emoções baseado numa rede de interações de jovens roqueiros emos na cidade do Rio de Janeiro. Atualmente, dedica-se ao doutorado na mesma instituição que realizou seu mestrado, com uma pesquisa sobre televisão e gerações.

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Publicado

2024-06-03

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Bispo, R. . (2024). Os “emos das antigas” e os “posers de emo”: identidades, conflitos e estigma na cena musical roqueira. Ponto Urbe, 6, 1-20. https://doi.org/10.11606/x6t67603