Os ritmos do corpo e da metrópole sobre rodas
DOI:
https://doi.org/10.11606/73xnb007Palavras-chave:
São Paulo, automóveisResumo
“São Paulo: a cidade que não pode parar”. O lema paulistano surgido na década de 1950 alude ao ritmo vertiginoso de crescimento da metrópole, induzido, em grande medida, pelo setor automobilístico coadunado com um planejamento urbano rodoviarista. Ao longo das décadas, no entanto, a cidade que não pôde parar produziu seu inverso. Aprisionou seus automóveis em longos congestionamentos, ameaçando o ritmo do capital produtivo, o que engendrou, paradoxalmente, imobilidades urbanas. Em consequência, emergiram soluções endereçadas às externalidades negativas provocadas pelo excesso de automóveis, dentre elas a bicicleta – em consonância com políticas cicloinclusivas (SÃO PAULO, 2014; SÃO PAULO, 2015) –, acirrando as disputas políticas por espaço e legitimidade na cidade.
Referências
ARANTES, Antonio Augusto. 2000. “A guerra dos lugares”. In: ______ (org.). Paisagens paulistanas: transformações do espaço público. Campinas: Editora da Unicamp, p. 105-129.
BENJAMIN, Walter. 1985. Paris, capital do século XIX. In: KOTHE, F. R. (org.). Walter Benjamin. São Paulo: Editora Ática, p. 30-43.
CERTEAU, Michel de. 1998. A invenção do cotidiano: Artes de fazer. Tradução: Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis: Editora Vozes.
COELHO JR., Nelson Ernesto. 2010. “Da intercorporeidade à co-corporeidade: elementos para uma clínica psicanalítica”. Revista Brasileira de Psicanálise, n. 44(1): 51-60.
DI GIOVANNI, Julia Ruiz. 2015. “Artes de abrir espaço. Apontamentos para a análise de práticas em trânsito entre arte e ativismo”. Cadernos de Arte e Antropologia, n. 4(2): 13-27.
DOI : 10.4000/cadernosaa.911
FREHSE, Fraya. 2016. “A rua no Brasil em questão (etnográfica)”. In: KOWARICK, L. & FRÚGOLI JR., H. (orgs.). Pluralidade urbana em São Paulo. Vulnerabilidade, marginalidade, ativismos. São Paulo: Editora 34, p. 197-223.
DOI : 10.4000/aa.572
INGOLD, Tim. 2008. Ways of walking. ethnography and practice on foot. Hampshire: Ashgate.
JACOBS, Jane. 2017. Morte e vida de grandes cidades. Tradução: Carlos S. Mendes Rocha. São Paulo: Editora WWF Martins Fontes.
LUCAS, Raymond. 2008. “‘Taking a line for walk’: walking as an aesthetic practice”. In: T. Ingold. Ways of walking. Ethnography and practice on foot. Hampshire: Ashgate, p. 169-184.
KUSENBACH, Margarethe. 2003. “Street Phenomenology: the go-along as ethnographic research tool”. Ethnography, n. 4(3): 455-485.
LEFEBVRE, Henry. 1991. The production of space. Tradução: Donald Nicholson-Smith. Oxford: Blackwell Publishers.
______. 2004. Rhythmanalysis. Space, time and everyday life. London/New York: Continuum.
PANTOJA, Leila Saraiva. 2014. “Nem vítima, nem algoz”: mulheres de bicicleta em Brasília”. Monografia de graduação do Departamento de Antropologia Brasília. Brasília: UnB.
REQUENA, Carolina. 2015. “A mobilidade paulistana: viária e desigual”. In: MARQUES, E. (org.). A metrópole de São Paulo no século XXI: espaços, heterogeneidades e desigualdades. São Paulo: Editora Unesp, p. 398-421.
SÃO PAULO. 2014. Lei n. 16.050, de 31 de julho de 2014. São Paulo: Diário Oficial. Disponível em: <https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/PDE-Suplemento-DOC/PDE_SUPLEMENTO-DOC.pdf>. Acesso em: 22 dez. 2018.
______. 2015. Plano de Mobilidade de São Paulo. Disponível em: . Acesso em: 22 dez. 2018.
SILVA, Hélio Raymundo Santos. 2009. “A situação etnográfica: andar e ver”. Horizontes Antropológicos, n. 15(32): 171-188.
DOI : 10.1590/S0104-71832009000200008
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Eduardo Rumenig Souza
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.