Os ritmos do corpo e da metrópole sobre rodas

Autores

  • Eduardo Rumenig Souza Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/73xnb007

Palavras-chave:

São Paulo, automóveis

Resumo

“São Paulo: a cidade que não pode parar”. O lema paulistano surgido na década de 1950 alude ao ritmo vertiginoso de crescimento da metrópole, induzido, em grande medida, pelo setor automobilístico coadunado com um planejamento urbano rodoviarista. Ao longo das décadas, no entanto, a cidade que não pôde parar produziu seu inverso. Aprisionou seus automóveis em longos congestionamentos, ameaçando o ritmo do capital produtivo, o que engendrou, paradoxalmente, imobilidades urbanas. Em consequência, emergiram soluções endereçadas às externalidades negativas provocadas pelo excesso de automóveis, dentre elas a bicicleta – em consonância com políticas cicloinclusivas (SÃO PAULO, 2014; SÃO PAULO, 2015) –, acirrando as disputas políticas por espaço e legitimidade na cidade.

Biografia do Autor

  • Eduardo Rumenig Souza, Universidade de São Paulo

    Graduado em Educação Física e em Ciências Sociais, com mestrado em Ciências (Educação Física) pela Universidade de São Paulo (USP)

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DOI : 10.1590/S0104-71832009000200008

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Publicado

2019-12-25

Edição

Seção

Dossiê: Eventos e situações nas ruas de São Paulo

Como Citar

Souza, E. R. . (2019). Os ritmos do corpo e da metrópole sobre rodas. Ponto Urbe, 25, 1-12. https://doi.org/10.11606/73xnb007