Como praticar etnografia nas margens e fronteiras das cidades?

Autores

  • Caterine Reginensi Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/90aj6w26

Palavras-chave:

margens, fronteiras, cidade, poder, etnografia

Resumo

O artigo visa debater a influência das margens no processo de urbanização das cidades a partir de alguns estudos de casos na Guiana Francesa, no Norte do Brasil (Macapá e Belém do Pará) e Nordeste (Recife-PE) colocados em perspectiva com trabalhos empíricos mais recentes desenvolvidos na metrópole do Rio de Janeiro, e numa cidade média do estado do Rio de Janeiro: Campos dos Goytacazes. Como abordar as cidades através das suas margens e como interferem diferentes lógicas de poder será o fio condutor de nossa proposta.

As margens remetem a outros conceitos, tais como interstícios, fronteiras. A reflexão sobre as margens como elaboração de um objeto de pesquisa antropológica questiona as categorias e categorizações: margens, marginalização, fronteiras, rural/urbano, público/privado nas cidades brasileiras, o que também sugere essa outra pergunta: com que abordagem metodológica estudar as margens? Que significa fazer etnografia nas margens das cidades e do Estado ?

Biografia do Autor

  • Caterine Reginensi, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

    Doutora em sociologia pela Universidade de Paris VIII, livre-docente em Antropologia Urbana na Universidade de Toulouse, professora titular na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.

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Publicado

2017-07-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Reginensi, C. (2017). Como praticar etnografia nas margens e fronteiras das cidades?. Ponto Urbe, 20, 1-18. https://doi.org/10.11606/90aj6w26