No emaranhado do Guamá: trajetos etnográficos numa feira de Belém

Autores

  • Marina Ramos Neves de Castro Universidade Federal da Paraíba
  • Fábio Fonseca de Castro Université de Montreal

DOI:

https://doi.org/10.11606/0bg9c482

Palavras-chave:

feira, etnocartografia, fenomenologia

Resumo

O artigo procura fazer uma descrição fenomenológica da feira do Guamá, situada no bairro de mesmo nome, em Belém-PA. Dialogando com procedimentos etnocartográficos, parte-se de uma exposição compreensiva das espacialidades da feira. Deseja-se valorizar a dimensão endógena da experiência espacial dos sujeitos sociais observados. Empreender uma fenomenologia do lugar significa, em nossa compreensão, um duplo movimento: primeiramente, indagar como os indivíduos encontram o mundo na sua complexidade espacial e, em seguida, interpretar como esses encontros são usados para dar sentido ao mundo espacial. Percebe-se o espaço como uma dimensão vivenciada pelos indivíduos, e não como algo prefigurado por meio de representações. Dessa maneira, a feira que descrevemos corresponde a um espaço na sua dimensão intersubjetiva: não como algo pré-ontologicamente dado, mas sim como uma construção em curso de sentidos.

Biografia do Autor

  • Marina Ramos Neves de Castro, Universidade Federal da Paraíba

    Doutoranda em Antropologia PPGA-UFPA. Mestre em Artes PPGArtes-UFPA. Mestre em Estudos das Sociedades Latino-Americanas pelo Instituto de Altos Estudos sobre a América Latina (Iheal) - Université de La Sorbonne-Nouvelle - Paris 3

  • Fábio Fonseca de Castro, Université de Montreal

    Pós-doutor em Etnometodologia pela Université de Montreal. Doutor em Sociologia pela Université René Descarte – Paris 3. Mestre em Antropologia pelo Instituto de Altos Estudos sobre a América Latina (Iheal) - Université de La Sorbonne-Nouvelle – Paris 3. Mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB)

Referências

ALMEIDA, Regina. 2005. “Ethnocartography Applied to Environmental Issues”, in Anais da XXII International Cartography Conference ICC. La Coruña, Espanha. pp.1-8.

BACHELARD, Gaston. 1993. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes.

BAKHTIN, Mikhail. 2008. A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Tradução de Yara Frateschi Vieira. São Paulo/Brasília: Hucitec/Universidade de Brasília.

BOURDIEU, Pierre. 2007. A Distinção: crítica social do julgamento, Porto Alegre: Zouk.

BROMBERGER, Christian. 1984. “Des cartes ethnologiques: pourquoi faire?”, in Terrain, Revue d’Ethnologie de l’Europe, nº 3, dossier Ethnologie urbaine. pp. 84-87.

CASTRO, Marina R.N. 2013. A arte na sua cotidianidade: Uma percepção de arte na feira do Guamá. Dissertação de Mestrado em Arte, UFPA.

CERTEAU, Michel de. 1994. A Invenção do cotidiano. Artes de fazer. Petrópolis, Vozes.

CRANG, Philip. 1996. “Environment and planning” in Society and space, n. 14. pp. 631-633.

CROSSLEY, Nick. 1996. Intersubjectivity. The Fabric of Social Becoming. London: Sage.

CROUCH, David. 2014. “Spatialities and the feeling of doing” in Social & Cultural Geography, 2:1. pp. 61-75.

CROUCH, David e MATLESS, David. 1996. Reéguring geography: the parish maps of common ground, Transactions of the Institute of British Geographers 2. pp. 236–255.

CSORDAS, Thomas J. 1990. “Embodiment as a paradigm for anthropology” in Ethos 18. pp. 5–47.

__________. 1993. “Introduction: the body as representation and being-in-the-world” in Csordas, T.J. (ed.) Embodiment and Experience: The Existential Ground for Culture and the Self. Cambridge: Studies in Medical Anthropology. pp. 1–26.

GAME, Ann. 1991. Undoing Sociology. Buckingham: Open University Press.

GOFFMAN, Erving. 1971. Interactive Ritual: Essays on Face-to-face Behaviour. London: Allen Lane.

GRASSENI, Cristina. 2012. “Community mapping as auto-ethno-cartography”, in PINK, Sara, Advances in Visual Methodology. Londres: Sage. pp. 97-112.

GREGSON, Nicky. and CREWE, Louise. “The bargain, the knowledge, and the spectacle: making sense of consumption in the space of the car boot sale” in Environment and Planning D: Society and Space 15, p. 87–112, 1997.

GROSZ, Elisabeth. 1992. “Bodies-cities” in Colomina, B. (ed.) Sexuality and Space. Princeton, NJ: Architectural Press, p. 243.

HALL, Stuart. 2003. A identidade cultural na pós-modernidade. DP&A Editora, Rio de Janeiro.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). 2013. Censo Demográfico 2013 Sistema IBGE, disponível em http://www.sidra.ibge.gov.br/, acessado em 15 março.

JACKSON, Peter. 1999. Commodity culture: the traféc in things, Transactions of the Institute of British Geographers New Series 24, p. 95–108.

KRISTEVA, Julia. 1996. The Portable Kristeva. New York: Columbia University Press.

LASH, Scott. e URRY, John. 1994. Economies of Signs and Space. London: Sage.

LE GOFF, Jacques. 2006. Em busca da Idade Média. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.

_________. 1992. O Apogeu da Cidade Medieval. Tradução Antônio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes. http://groups.google.com.br/group/digitalsource, em PDF.

MACNAGHTEN, Phil. e URRY, John. 1998. Contested Natures. London: Sage.

MERLEAU-PONTY, Maurice. 1994. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes.

MILLER, Daniel. 1998. Material Cultures. London: UCL Press.

NIELSEN, Niels Kayser. 1995. The stadium in the city, in BALE, J. (ed.) The Stadium and the City. Keele: Keele University Press. pp. 21–44.

PAPILLAUD, Christian. 2002. Le don de relation. Georg Simmel – Marcel Mauss. Paris, L’Harmattan.

PILE, Steve ; THRIFT, Nigel. 1995. Mapping the Subject. London: Routledge.

RADLEY, Alan. 1995. The elusory body and social constructionist theory, Body and Society n.12. pp. 3–23.

SIMMEL, Georg. 1996. Sociabilidade: um exemplo de sociologia pura ou formal in Georg Simmel: sociologia. São Paulo, Ática, org. [da coletânea] Evaristo de Morais Filho, 1983.

THRIFT, Nigel. Spatial Formations. London: Sage.

_________ . 1997. The still point: resistance, expressive embodiment and dance, in Keith, M. and Pile, K. (ed.) Geographies of Resistance. London: Routledge, p. 124–154.

WALL, Michel. 2000. The popular and geography: music and racialised identities in Aoterora/New Zealand, in Cook, I., Crouch, D., Naylor, S. and Ryan, J. (eds) Cultural Turns/Geographical Turns. Londres: Longman, p. 75– 87.

YOUNG, Iris M. 1990. “Throwing Like a Girl and Other Essays” in Feminist Philosophy and Social Theory. Indiana: Indiana University Press.

Downloads

Publicado

2017-07-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Castro, M. R. N. de ., & Castro, F. F. de . (2017). No emaranhado do Guamá: trajetos etnográficos numa feira de Belém. Ponto Urbe, 20, 1-13. https://doi.org/10.11606/0bg9c482