Ayahuasca, dependência química e alcoolismo

Autores

  • Marcelo S. Mercante Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/e4ekns62

Palavras-chave:

ayahuasca, dependência química, alcoolismoo

Resumo

Nesta apresentação pretendo fazer um relato da situação do uso da Ayahausca no Brasil como ferramenta auxiliar na superação da dependência química e o alcoolismo. Existem atualmente cinco instituições desenvolvendo este tipo de abordagem. Farei uma explanação mais detalhada do trabalho social realizado pela Ablusa (Associação Beneficente Luz de Salomão), organização liderada pelo psiquiatra Wilson Gonzaga, que promovia sessões de Ayahuasca (denominada “Vegetal”) para moradores de rua, em um processo de “recuperação da dignidade humana”, na cidade de São Paulo. Dentro desse processo um dos aspectos principais era o da superação da dependência química. De forma mais específica, pretendo falar sobre o papel das “mirações” (imagens mentais espontâneas experienciadas durante o uso ritual da Ayahausca) neste processo de recuperação da dependência química e do alcoolismo.

Biografia do Autor

  • Marcelo S. Mercante, Universidade de São Paulo

    Pós-Doutorando em Antropologia Social – USP

Referências

Achterberg, J. (1985). Imagery and healing: Shamanism and modern medicine. Boston: Shambhala.

Alper, K.R., Lotsof, H. S., & Kaplan, C. D (2007), The ibogaine medical subculture. Jounal of Ethnopharmacology,

Alverga, A. P. (1984). O livro das mirações. Viagem ao Santo Daime. Rio de Janeiro, Brazil: Editora Rocco.

Bachelard, G., (2001). O ar e os sonhos. Ensaios sobre a imaginação do movimento. São Paulo, Brazil: Martins Fontes.

Brissac, S. (1999). A estrela do norte iluminando até o sul. Uma etnografia da União do Vegetal em um contexto urbano. Dissertação de mestrado, Rio de Janeiro: Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Casey, E. S. (1991). Spirit and soul: Essays in philosophical psychology. Dallas: Spring Publications.

Cemin, A. B., Medeiro, E. C. & Araújo, E. D. (2000). A ayahuasca como terapêutica para o uso de drogas (o imaginário do uso e da cura). Labirinto: Revista Eletrônica do Centro de Estudos do Imaginário, copiado de www.cei.unir.br/artigo22.html em 22 de novembro de 2006.

Chwelos, N., Blewett, D. B., Smith, C. M., & Hoffer, A. (1959). Use of d-lysergic acid diethylamide in the treatment of alcoholism. Quarterly Journal of Studies of Alcohol, 20: 577-590.

Csordas, T. J. (1994). The sacred self. A cultural phenomenology of charismatic healing. Berkeley: University of California Press.

Csordas, T. (2002). Body, meaning, healing. New York: Palgrave-Macmillan.

Dobkin de Rios, M., Grob, C. S., & Baker , J. R. (2002). Hallucinogens and redemption. Journal of Psychoactive Drugs, 34, 239-248.

Durand, G. (2001). As Estruturas antropológicas do imaginário. São Paulo: Martins Fontes.

Editors, The (1963). The treatment of alcoholism with psychedelic drugs. The Psychedelic Review, 1(2): 205-207.

Farthing, G. W. (1992). The psychology of consciousness. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall.

Fernandez, X. (2003). Estados modificados de consciencia con enteógenos en el tratamiento de las drogodependencias. Revista de Etnopsicología, 2: 33-45

Gebhart-Sayer, A. (1986). Una terapia estética. Los diseños visionarios de ayahuasca entre los Shipibo-Conibo. América Indígena, 46(1), 189-218.

GMT (Grupo Multidisciplinar de Trabalho Ayahuasca), (2006). Relatório Final. Brasília: Conad. Copiado de http://obid.senad.gov.br/OBID/Diversos/salvarlocal.jsp?id=18276 em 13 de novembro de 2007.

Halpern, J. H. (1996). The use of hallucinogens in the treatment of addiction. Addiction Research, 4(2): 177-189.

Halpern, J. H.; Sherwood, A. R; Hudson, J. I.; Yurgelun-Todd, D. & Pope Jr., H. G. (2005). Psychological and cognitive effects of long-term peyote use among Native Americans. Biological Psychiatry, 58: 624-631.

DOI : 10.1016/j.biopsych.2005.06.038

Herdt G. & M. Stephen (1986). The religious imagination in New Guinea. London: Rutgers University Press.

Huxley, A. (1990). The doors of perception and Heaven and hell. New York: Harper & Row.

Instituto Hermes (2006). Atividade Social. www.institutohermes.com.br/.

Jensen, S. E. (1962). A treatment program for alcoholics in a mental hospital. Quarterly Journal of Studies of Alcohol, 23: 315-320.

Kosslyn, S. M. (1994). Image and brain. The resolution of the imagery debate. Cambridge: MIT Press.

Labate, B. C. (2004). A reivenção do uso da ayahuasca nos centros urbanos. Campinas, Brazil: Mercado das Letras.

Labate, B., & Araújo, W. S. (2002). O uso ritual da Ayahuasca. Campinas, Bazil: Mercado das Letras.

Labate, B. C.; Goulart, S.; Fiore, M.; MacRae, E. & Carneiro, H. Drogas e cultura: novas perspectivas. Salvador: EDUFBA. 2008.

Labigalini Jr., E. (1998). O uso de ayahuasca em um contexto religioso por ex-dependentes de álcool - um estudo qualitativo. Dissertação de mestrado, São Paulo: Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo.

Labigalini Jr., E. & Rodrigues, L. R. (1997). O uso "terapêutico" de Cannabis pro dependentes químicos de crack no Brasil. Psychiatry On Line Brazil, 2. Baixado em 23 de setembro de 2006 de www.priory.com/psych/eliseu.htm

Langdon, E. J. M. (2004). L’abus d’alcool chez les peuples indigènes du Brésil: une évaluation comparative. Drogues, santé, et societé, 4(1): 15-52.

Laughlin, C. D., McManus, J., & d’Aquili, E. G. (1990). Brain, symbol & experience. Toward a neurophenomenology of human consciousness. Boston: Shambhala.

Instituto Hermes (2006). Atividade Social. www.institutohermes.com.br/.

Mabit, J., Giove, R., & Vega, J. (1996). Takiwasi: The use of Amazonian shamanism to rehabilitate drug addicts. In W. Winkelman & W. Andritziky, (Eds.), Yearbook of cross-cultural medicine and psychotherapy 1995. Theme Issue: Sacred plants, consciousness, and healing. Cross-cultural and interdisciplinary perspectives (pp. 257-285). Berlin, Bermany: Verlag für Wissenschaft und Bildung.

Mabit, J. (2002). Using indigenous medicinal knowledge to treat drug addiction. MAPS, Bulletin of the Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies, 12(2): 25-32.

Mabit, J. (2006). Ayahuasca helps cure drug addiction. Retirado de www.takiwasi.com/docs/eng/Ayahuasca_helps_cure_drug_addiction.doc

Mabit, J. (2007). Ayahuasca in the treatment of addictions. In M. J. Winkelman & T. B. Roberts, Psychedelic medicine. New evidence for hallucinogenic substances as treatments, Volume 2. (pp. 87-106). Westport: Praeger Perspectives.

McKenna, D. (2004). Clinical investigations of the therapeutic potential of ayahuasca: rationale and regulatory challenges. Pharmacology & Therapeutics, 102: 111–129.

Mercante, M. S. (2002). Ecletismo, caridade e cura na Barquinha da Madrinha Chica. Humanitas, 18(2), 47-60.

Mercante, M. S. (2004). Miração and healing: A study concerning spontaneous mental imagery and healing process. Toward a Science of Consciousness Conference 2004, Tucson.

Mercante, M. S. (2006a). The objectivity of spontaneous mental imagery: The spiritual space of a Brazilian-Amazonian religion experienced by sacramental users of ayahuasca. Toward a Science of Consciousness Conference 2006 Tucson.

Mercante, M. S. (2006b). Images of healing: Spontaneous mental imagery and healing process of the Barquinha, a Brazilian ayahuasca religious system. Tese de doutorado, San Francisco, Estados Unidos: Saybrook Graduate School and Researhc Center.

Mercante, M. S. (2006c). The Objectivity of Spiritual Experiences: Spontaneous Mental Imagery and the Spiritual Space. Revista Eletrônica Informação e Cognição, 5: 78-98. www.portalppgci.marilia.unesp.br/reic/include/getdoc.php?id=144&article=37&mode=pdf

Mercante, M. S. (2009). Ayahuasca, moradores de rua e dependência química. Congreso Internacional “Medicinas Tradicionales, Interculturalidad y Salud Mental”, Tarapoto, Peru.

Mercante, M. S. (no prelo). Consciência, miração e cura na Barquinha. In Ayahuasca y salud: xamanismo, medicine y religión, (B. C. Labate & J. C. Bouso, orgs). Barcelona: La Lebre de Marzo.

Moir, J. (1998). Shamanism, traditional medicine and drug dependency in the Peruvian upper Amazon. Lila, copiado de www.lila.info/document_view.phtml?document_id=15 em 15 de setembro de 2005.

Naranjo, P. (1986). El ayahuasca en la arqueologia ecuatoriana [The ayahuasca in the Ecuadorian archeology]. America Indígena, 46(1), 115-127.

Noll, R. (1985). Mental imagery cultivation as a cultural phenomenon: The role of visions in shamanism. Current Anthropology, 26, 443-461.

Riba, J., & Barbanoj, M. J. (1998). A pharmacological study of ayahuasca in healthy volunteers. MAPS Bulletin, 8(3), 12-15.

Ross MacLean, J., MacDonald, D. C, Byrne, U., & Hubbard, A. M., (1961). The use of LSD-25 in the treatment of alcoholism and other psychiatric problems. Quarterly Journal of Studies of Alcohol, 22: 34-45.

Santos, R. G., Moraes, C. C., & Holanda, A. (2006). Ayahuasca e redução do uso abusivo de psicoativos: eficácia terapêutica? Psicologia: Teoria e Pesquisa, 22(3), 363-370.

Shanon, B. (2002). The antipodes of the mind: Charting the phenomenology of the ayahyuasca experience. Cambridge, MA: Oxford University Press.

Siskind, J. (1973). Visions and cures among the Sharanahua. In: M. Harner (ed.) Hallucinogens and shamanism (pp. 28-40). New York: Oxford University Press.

Smith, C. M. (1958). A new adjunct to the treatment of alcoholims: The hallucinogenic drugs. Quarterly Journal of Studies of Alcohol, 19: 406-417.

Stephen, M. (1989). Self, the sacred other, and autonomous imagination. In G. Herdt & M. Stephen (Eds.), The religious imagination in New Guinea (pp. 41-64). London: Rutgers University Press.

Stephen, M., & Herdt, G. (1989). Introduction. In G. Herdt & M. Stephen (Eds.), The Religious Imagination in New Guinea (pp. 1-14). London: Rutgers University Press.

Taussig, M. (1987). Shamanism, colonialism and the wild man. A study in terror and healing. Chicago: University of Chicago Press.

Winkelman, M. (1996). Psychointegrator plants: Their roles in human culture, consciousness and health. In M. Winkelman & W. Andritziky (Eds.), Yearbook of cross-cultural medicine and psychotherapy 1995. Theme issue: Sacred plants, consciousness, and healing. Cross-cultural and interdisciplinary perspectives (pp. 9-54). Berlin, Gremany: Verlag für Wissenschaft und Bildung.

Winkelman, M. (2000). Shamanism: The neural ecology of consciousness and healing. Westport, CT: Bergin & Garvey.

Winkelman, M. (2001). Alternative and traditional medicine approaches for substance abuse programs: a shamanic perspective. International Journal of Drug Policy, 12: 337-351

Winkelman, M. & Robets, T. (2007). Psychedelic medicine. New evidence for hallucinogenic substances as treatments. Westport: Praeger Publishers.

Yensen, R. & Dryer, D. (1999). Addiction, despair, and the soul: successful psychedelic psychotherapy, a case study. Societat d'Etnopsicologia i Estudis Cognitius copiado de www.etnopsico.org/index.php?option=content&task=view&id=61 em 25 de outubro de 2006.

Downloads

Publicado

2009-12-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Mercante, M. S. . (2009). Ayahuasca, dependência química e alcoolismo. Ponto Urbe, 5, 1-18. https://doi.org/10.11606/e4ekns62