Os limites da tradução jurídica na inscrição da morte como experiência

Autores

  • Maíra Vale Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.11606/57pqyy23

Palavras-chave:

tribunal, justiça, morte

Resumo

As epígrafes deste texto foram retiradas de cartazes produzidos pela AFRA (Association for Rural Advancement). As frases vêm combinadas a fotografias que tentam ilustrar a situação vivida pelos chamados farm dwellers na África do Sul. Podem ser observadas duas questões que envolvem e mobilizam estes “ocupantes de fazendas”: o direito de serem enterrados no território da fazenda onde vivem e o direito à reparação das violências e perdas advindas do apartheid. Tais citações e o próprio nome farm dweller são traduções de termos falados em Isizulu. Apesar da facilidade aparente dos significados que encontramos nos cartazes, a distância entre a imagem e as citações nos remete ao problema da tradução e da imputação de sentido às experiências distantes e diversas, formuladas em outras línguas, orientadas por outros sentidos.

Referências

BORGES, Antonádia. “Mats, blankets, songs and flags: ethnography of the politics of funeral in contemporary South Africa”. In: Ethnografeast, Lisboa. 2007.

_______________. “Bruxaria como (pre)conceito: contrastes etnográficos e os limites da linguagem em antropologia” Apresentado na 32ª ANPOCS, em Caxambu – MG, no Grupo de Trabalho Entre Fronteiras e Disciplinas: estudos sobre África e Caribe. 2008.

DOUGLAS, Mary. Pureza e Perigo. Lisboa: Edições 70, 1991.

GEERTZ, Clifford. “The Slametan Cycles: Death” & “Permai: A Modern Abangan Cult”. In: The Religion of Java. Chicago: The University of Chicago Press, 1976, pp 68- 76; 112-119

LATOUR, Bruno. Políticas da Natureza: como fazer ciencia na democracia. Bauru, sp: EDUSC, 2004, cap. 3, pp. 163-215.

LEACH, Edmund. “Nascimento virgem” & “O gênesis enquanto um mito”. In: Da Matta, Roberto (org.) Leach. São Paulo: Ática, 1983. Pp 116-138; 57-69.

LÉVI-STRAUSS, Claude. “A gesta de Asdiwal”. In: Antropologia Estrutural 2. Pp 152-205

________________. “A ciencia do concreto” & “A lógica das classificações totémicas”. In: O pensamento selvagem. Pp 19-55; 57-97, 1962.

MAMDANI, Mahmood. Citizen and subject. Princeton Unversity Press, 1996.

ROSS, Fiona. “La elaboración de una Memoria Nacional: la Comissión de Verdad y Reconcilliación de Sudáfrica”. In: Cuadernos de Antropologia social, nº 24. 2006: 51-68.

STRATHERN, Marilyn. "Estratégias antropológicas". In: O gênero da dádiva. Problemas com as mulhres e problemas com a sociedade na Melanésia. Campinas: Editora da Unicamp, 2006: 27-51.

Downloads

Publicado

2009-12-30

Edição

Seção

Graduação em Campo

Como Citar

Vale, M. . (2009). Os limites da tradução jurídica na inscrição da morte como experiência. Ponto Urbe, 5, 1-11. https://doi.org/10.11606/57pqyy23