Para além da Metrópole: dádiva e aliança entre os adeptos do Black metal

Autores

  • Lucas Lopes de Moraes

DOI:

https://doi.org/10.11606/by5kb513

Palavras-chave:

black metal, cena, dádiva

Resumo

Esse artigo elucida um circuito de trocas de favores entre os adeptos do estilo musical black metal, que permite que eventos sejam realizados nas mais diversas localidades do Estado de São Paulo. Esse círculo da dádiva, por sua vez, está atado à categoria nativa cena, tanto uma noção que define a dimensão coletiva dos adeptos do estilo, quanto uma estratégia discursiva que permite definir, muitas vezes, contingencialmente, as fronteiras de pertencimento ao black metal. Sendo assim, a partir de dados etnográficos, esse artigo aborda a discussão sobre as fronteiras do urbano e as categorias aplicadas na compreensão dos fluxos e pertencimentos.

This article seeks to elucidate a circuit of favors exchange between the fans of the musical style black metal, that allowing events to be conducted in various locations in the State of São Paulo. This circle of giving, in turn, is tied to the native category called scene, both a concept which defines the collective dimension of the fans, as a discursive strategy for defining often contingently, the boundaries of belonging to black metal. Therefore, from ethnographic data, this paper examines the discussion about the borders of urban and categories applied in understanding of the flows and belongings.

Referências

ABRAMO, Helena Wendel. 1994. Cenas Juvenis: Punks e Darks no Espetáculo Urbano. São Paulo: Scritta.

ALMEIDA, Ronaldo de. 2009. A Igreja Universal e seus demônios: um estudo etnográfico. São Paulo: Terceiro Nome.

BECKER, Howard S. 1997[1982]. Art Worlds. Los Angeles: University of California Press.

BECKER, Howard S; PESSIN Alain. 2006. “A Dialogue on the Ideas of ‘World’ and ‘Field”. New York, USA: Sociological Forum, Vol. 21, No. 2, pp. 275-286.

DOI : 10.1007/s11206-006-9018-2

BENNET, Andy. 1999. “Subcultures or neo-tribes? Rethinking the relationship between youth, style and musical taste”. Sociology. Vol. 33, n. 3, August. pp.599-617.

DOI : 10.1177/S0038038599000371

_______. Cultures of Popular Music. 2001. Open University Press: Maidenhead, Berkshire.

BENNET, Andy; PETERSON, Richard A. 2004. Music scenes: local, translocal, and virtual. Nashville: Vanderbilt University Press.

DOI : 10.2307/j.ctv17vf74v

BENNETT, Andy; SHANK, Barry; TOYNBEE, Jason. 2006. The popular music studies reader. New York: Routledge.

CAIAFA, Janice. 1985. Movimento Punk na Cidade: A Invasão dos Bandos Sub. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. 1995. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 1. Rio de Janeiro : Editora 34.

_______. 1996. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 3. Rio de Janeiro : Editora 34.

EVANS-PRITCHARD, E. E. 1978. Bruxaria, Oráculos e Magia entre os Azande. Rio de Janeiro: Zahar editores.

_______. 2007[1940]. Os Nuer: uma descrição do modo de subsistência e das instituições políticas de um povo nilota. São Paulo: Perspectivas.

FEIXA, Carles. 2006. De jóvenes, bandas y tribus. Antropologia de La juventud. Barcelona: Ariel.

FERREIRA, Pedro Peixoto. 2006. Música Eletrônica e Xamanismo: técnicas contemporâneas do êxtase. Campinas, SP: tese de doutorado, Unicamp, IFCH.

GEERTZ, Clifford. 2004[1983]. O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa. Petrópolis, RJ: Vozes.

_______. A interpretação das Culturas. 2011[1973]. Rio de Janeiro: LTC.

_______. A identidade cultural na pós-modernidade. 2001. Rio de Janeiro: DP&A.

HALL, Stuart; JEFFERSON, Tony. 2003[1973]. Resistance Through Rituals. Birmingham: Taylor & Francis e-Library.

DOI : 10.4324/9780203357057

HEBDIGE, Dick. 2002[1979]. Subculture: the meaning of style. London: Routledge.

DOI : 10.1111/j.1467-8705.1995.tb01063.x

KAHN-HARRIS, Keith. 2004. “The ‘failure’ of youth culture: reflexivity, music and politics in the black metal scene”. European Journal of Cultural Studies 7 (1). London: Thousand Oaks CA and New Delhi.

DOI : 10.1177/1367549404039862

_______. 2007. Extreme Metal: Music and Culture on the Edge. Oxford/New York: Berg.

LOPES, Pedro Alvim Leite. 2006. Heavy metal no Rio de Janeiro e Dessacralização de Símbolos Religiosos: A Música do Demônio na Cidade de São Sebastião das Terras de Vera Cruz. Tese de Doutorado – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social – Museu Nacional – UFRJ. Rio de Janeiro.

LYNCH, Gordon. 2006. “The role of popular music in the construction of alternative spiritual identities and ideologies”. Indianapolis: Journal for the scientific study of religion (2006) 45 (4): 481-488.

DOI : 10.1111/j.1468-5906.2006.00322.x

MAFFESOLI, Michel. 1998[1988]. O Tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

MAGNANI, José Guilherme C. 1991. Umbanda. São Paulo: Ática.

_______. 1992. Tribos Urbanas: metáfora ou categoria? Cadernos de Campo (USP), v. 2, p. 48-51.

_______. 2002. De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo, ANPOCS / Edusp, vol. 17, nº 49, p.11-29.

_______. 2003. A antropologia urbana e os desafios da metrópole. Tempo Social, São Paulo, v. 15, n. 1.

_______. 2009. Etnografia como prática e experiência. Horizontes antropológicos, Porto Alegre, v. 15, n. 32.

_______. 2012. Da periferia ao Centro: Trajetórias de pesquisa em Antropologia Urbana. São Paulo: Terceiro Nome.

_______. 2013. O circuito: Proposta de delimitação da categoria. São Paulo: não publicado.

MAGNANI, José Guilherme Cantor & SOUZA, Bruna Mantese (org.). 2007. Jovens na Metrópole: etnografias de lazer, encontro e sociabilidade. São Paulo: Editora Terceiro Nome.

MAUSS, Marcel. 1988[1925]. Ensaio sobre a dádiva. Lisboa: Edições 70.

MARCUS, George E. 1998. Ethnography through thick and thin. Princeton, N.J.: Princeton University Press.

DOI : 10.1515/9781400851805

MOYNIHAN, Michael & SODERLIND, Didrik. 1998. Lords of Chaos: The Bloody Rise of the Satanic Metal Underground. Los Angeles: Feral House Books.

PURCELL, Natalie J. 2003. Death Metal music: the passion and politics of a subculture. Jefferson, North Carolina: McFarland e Company.

SILVA, João Enicelio da. 2013. “Venha para a Celso Garcia, onde o milagre espera por você: O Circuito Pentecostal do Bairro do Brás”. In: I SEMINAU - SEMINÁRIO DO LABORATÓRIO DO NÚCLEO DE ANTROPOLOGIA URBANA DA USP, 1, São Paulo. Paper. São Paulo: Nau, 2013. p. 1 - 18. Disponível em: <https://drive.google.com/folderview?id=0B_BIlKoqbQOmcWliY1FCUDJEMUE&usp=sharing>. Acesso em: 18 nov. 2013.

SHANK, Barry. 1994. Dissonant identities: the rock'n'roll scene in Austin, Texas. Hanover, NH: Wesleyan University Press.

STRAW, Will. 1990. “Characterizing rock music culture: The case of Heavy metal”. In On Record, ed. Simon Frith and Andrew Goodwin, 97-110. London: Routledge.

DOI : 10.7202/1013933ar

STRAW, Will. 1991. “Systems of Articulation, Logics of change: Scenes and Communication in Popular Music”. Cultural Studies. Vol 5, n. 3.

DOI : 10.1080/09502389100490311

_______. 2001. “Scenes and sensibilities”. Cities/Scenes.

_______. 2004. “Cultural Scenes”. Loisir et société / Society and Leisure. Volume 27, número 2, automne, p. 411-422.

Thornton, Sarah. 1996. Club Cultures : Music, Media, and Subcultural Capital. Hanover: University Press of New England.

WALSER, Robert. 1993. Running with the Devil: Power, Gender, and Madness in Heavy metal Music. Hanover, NH: Wesleyan University Press.

WEINSTEIN, Deena. 2000. Heavy metal: the Music and its Culture. Cambridge: Da Capo Press.

WIDDICOMBE, S.;WOOFFITT, R. 1995. The language of youth subculture: Social identity in action. London: Harvester Wheatsheaf.

Downloads

Publicado

2014-07-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Moraes, L. L. de . (2014). Para além da Metrópole: dádiva e aliança entre os adeptos do Black metal. Ponto Urbe, 14, 1-20. https://doi.org/10.11606/by5kb513