“Eu tenho dois amores que em nada são iguais”: bifiliação Clubística no Nordeste

Autores

  • Artur Alves de Vasconcelos

DOI:

https://doi.org/10.11606/tqvyyh06

Palavras-chave:

bifiliação clubística, futebol brasileiro, identidade clubística, região Nordeste, torcedores de futebol

Resumo

O perfil de torcedor de futebol que apoia dois times, um de seu estado e outro de fora, está presente em quase todos os estados brasileiros. O objetivo deste artigo é oferecer pistas para se compreender algumas das razões históricas e sociais que possibilitaram o advento da bifiliação clubística, tomando a região Nordeste como recorte. Analisar o futebol brasileiro como um campo (Bourdieu) e observar os capitais simbólicos que um torcedor pode adquirir ao torcer por determinado time são elementos importantes para compreender a razão pela qual muitos torcedores nordestinos escolhem para torcer não apenas um time do seu estado, mas também outro do Rio de Janeiro ou São Paulo.

The profile of football fan that supports teams, one from its state and other from outside, is present in almost every state in Brazil. This article aims to offer clues to understand the historical and social contexts that have made possible the advent of the club double affiliation, using the Northeast Region of Brazil as a point of observation. Analyze the Brazilian football as a field (Bourdieu), and observe the symbolic capitals that a fan can acquire to support certain team are important elements to understand the reason why many football fans from Northeast choose not just a team from their states, but also other from Rio de Janeiro or São Paulo.

Biografia do Autor

  • Artur Alves de Vasconcelos

    Doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará. Membro do grupo de pesquisa Sociedade de Estudos em Esporte – SEE

Referências

BOURDIEU, Pierre. 1983. Algumas propriedades dos campos. Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero.

CAMPOS, Flávio de. & TOLEDO, Luiz Henrique de. 2013. O Brasil na arquibancada: notas sobre a sociabilidade torcedora. Revista USP n. 99: 123-138.

DAMATTA, Roberto. 2006. A bola corre mais que os homens: duas copas, treze crônicas e três ensaios sobre futebol. Rio de Janeiro: Rocco.

GIDDENS, Anthony. 1991. As consequências da modernidade. São Paulo: Unesp.

GOFFMAN, Erving. 1988. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: LTC.

HALL, Stuart. 2006. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A.

LOPES, José Sérgio Leite. 1994. A vitória do futebol que incorporou a pelada. Revista USP n. 22: 64-83.

PIRES, Ana Maria. 2010. Minha gente: Luiz Mendes, o mestre da crônica esportiva do Brasil. Rio de Janeiro: 7 Letras.

SOARES, Antônio Jorge. 2001. “História e a invenção de tradições no futebol brasileiro”. In: R. Helal; A. J. Soares; H. Lovisoto (org.), A invenção do país do futebol: mídia, raça e idolatria. Rio de Janeiro: Mauad. pp. 13-50.

VASCONCELOS, Artur Alves de. 2011. Identidade futebolística: os torcedores “mistos” no Nordeste. Dissertação de mestrado em Sociologia. Fortaleza: PPGS-UFC.

Downloads

Publicado

2014-07-30

Edição

Seção

Dossiê Futebol: do cotidiano ao espetáculo

Como Citar

Vasconcelos, A. A. de. (2014). “Eu tenho dois amores que em nada são iguais”: bifiliação Clubística no Nordeste. Ponto Urbe, 14, 1-22. https://doi.org/10.11606/tqvyyh06