O Clube da Rua Mascarenhas de Morais: memórias do futebol de mulheres em Copacabana

Authors

  • Caroline Soares de Almeida

DOI:

https://doi.org/10.11606/8dr8br45

Keywords:

Esporte Clube Radar, futebol de mulheres, Copacabana, década de 1980, Esporte Clube Radar, futebol de mulheres, Copacabana, década de 1980

Abstract

O futebol, como prática esportiva, permaneceu quase que totalmente na esfera masculina até 1979, quando foi revogada a proibição imposta às mulheres logo no início da ditadura militar. Já na década seguinte, clubes de futebol de mulheres pipocaram por todo país, entre eles, o Esporte Clube Radar fundado em 1981 no Rio de Janeiro. Com sede no bairro de Copacabana, o Radar representou durante a década de 1980 o principal clube do país: foi hexacampeão da Taça Brasil de Futebol Feminino, campeão do Torneio Brasileiro de Clubes em 1989, além de representar a Seleção Brasileira no mesmo ano em Campeonato Mundial. Este ensaio abeira sobre a questão urbana de Copacabana no intuito de pensar como esse clube se fez presente na vida do bairro e como o bairro se fez presente na vida do clube.

Football, as a sport, remained almost entirely in the male sphere until 1979 when the prohibition imposed to women was abolished at the beginning of military dictatorship. During the following decade, women’s football clubs sprung up across the country, among them, the Radar Sports Club, founded in 1981 in Rio de Janeiro. Based in Copacabana, Radar represented during the 1980s the main country club: it was six times champion of the Taça Brasil de Futebol Feminino, champion of Torneio Brasileiro de Clubes in 1989, besides representing the Brazilian National Team in the World Cup in the same year. This essay addresses the urban issue of Copacabana in order to think how that club was present in the neighborhood and how the neighborhood was present in the life of the club.

Author Biography

  • Caroline Soares de Almeida

    Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (UFSC)

References

ARANTES, A. Antônio. 2000. “A guerra dos lugares: mapeando zonas de turbulência”. In: Antônio Arantes, Paisagens paulistanas: transformações do espaço público. Campinas: Unicamp.

BENJAMIN, Walter. 1994. Charles Baudelaire: um lírio no auge do capitalismo. São Paulo: Brasiliense.

CERTEAU, M.; GIARD, L.; MAYOL, P. 2003. A invenção do cotidiano 2: morar, cozinhar. Petrópolis: Vozes.

ECKERT, Cornélia; ROCHA, Ana Lúcia C. 2010. Cidade narrada, tempo vivido: estudos de etnografias da duração. Rua n.. 1: 01-24.

ECKERT, Cornélia; ROCHA, Ana Lúcia C. 2009. “Memória e ritmos temporais: o pluralismo coerente da duração no interior das dinâmicas da cultura urbano-contemporânea”. Estudos Históricos n. 22: 105-124.

FEATHERSTONE, Mike. 2000. “O flâneur, a cidade e a vida pública virtual”. In: ARANTES, Antônio (Org). O espaço da diferença. Campinas: Papirus. pp. 186 – 208.

LE GOFF, Jacques. 1996. História e Memória. Campinas: Unicamp.

MAFFESOLI, Michel. 1998. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense-Universitária.

MAUSS, Marcel. 2003. “Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas”. In: MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo. pp. 185 - 318.

MOURÃO, Ludmila; MOREL, Márcia. 2005. “As narrativas sobre o futebol feminino o discurso da mídia impressa em campo”. In: Revista Brasileira de Ciências do Esporte n. 2: 73-86.

NOVAIS, Fernando A; MELLO, João. C. 1998. “Capitalismo tardio e sociabilidade moderna”. In: SCHWARCZ, Lilia M. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras. pp. 560 - 658.

PELLICCIOTTA. Mirza M. B. 2000. Estado militar, cultura de massas e transformações políticas na década de 1970. Campinas: Humanitas, n. 3(1): 5 - 18.

PEREIRA, Leonardo A. M. 2000. Footballmania: uma história social do futebol no Rio de Janeiro, 1902 – 1938. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

RIAL, Carmen. 1998. “Rúgbi e Judô: esporte e masculinidade”. In: GROSSI, M. e PEDRO, Joana M. (orgs). Masculino, feminino, plural. Florianópolis: Ed. Mulheres.

­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­_____. 2010. Women’s Football in Brazil: invisible but under pressure. Copenhagen: Sport as a Global Labor market; Male and Female athletes as migrants.

SIMMEL, Georg. 2005. “As grandes cidades e a vida do espírito”. Mana n. 11(2): 577 - 597.

VELHO, Gilberto. 2006. “Os mundos de Copacabana”. In: Velho, Gilberto (Org). Antropologia Urbana: cultura e sociedade no Brasil e em Portugal. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. pp. 11 – 23.

_____. 1989. A utopia urbana: um estudo de antropologia social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

_____. 2008. “Prestígio e ascensão social: dos limites do individualismo na sociedade brasileira”. In: Individualismo e cultura: notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. pp. 41 – 54.

_____. 1980. “O antropólogo pesquisando em sua cidade: sobre conhecimento e heresia”. In: O Desafio da Cidade – Novas perspectivas da Antropologia Brasileira. Rio de Janeiro: Campus. pp 13-22.

WILLIAMS, Jean. 2007. A beautiful game: international perspectives on women’s football.

_____. 2011. “Women’s Football, Europe and Professionalization 1971-2011: Global Gendered Labor Markets”, foomi-net Working Papers. N. 1: 1 - 37.

Published

2014-07-30

Issue

Section

Dossiê Futebol: do cotidiano ao espetáculo

How to Cite

Almeida, C. S. de . (2014). O Clube da Rua Mascarenhas de Morais: memórias do futebol de mulheres em Copacabana. Ponto Urbe, 14, 1-17. https://doi.org/10.11606/8dr8br45