Espacialidade, comércio e degradação: um olhar etnográfico sobre a antiga rodoviária de Campo Grande-MS
DOI:
https://doi.org/10.11606/eyr0f080Palavras-chave:
estigma, abjeção, Antiga Rodoviária, Campo Grande, revitalizaçãoResumo
O presente artigo discute, a partir de um olhar etnográfico, as relações sociais estabelecidas entre as populações vistas como “degradadas” da Antiga Rodoviária de Campo Grande-MS e outros atores sociais da região. Para tanto, o enfoque foi dado à observação, à descrição e à análise das relações entre esses sujeitos nos espaços comerciais e de interação. Desde as falas dos interlocutores, bem como nas observações de campo, identificou-se a relevância da corporalidade como um elemento constituidor de fronteiras. Além disso, foi possível detectar a pluralidade de sentidos na ocupação do espaço, diferentes representações sobre o “problema social”, interesses antagônicos e relações para além do conflito e segregação entre os grupos sociais. Por fim, emergiram questões referentes à revitalização e à intervenção do poder público e privado no lugar, que deixaram aparentes os múltiplos olhares sobre um projeto ideal de Antiga Rodoviária.
Referências
AUGE, Marc. 2012. Não lugares. introdução a uma antropologia da supermodernidade. Papirus
BECKER, Howard. 2008. Outsiders: estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
DOI : 10.3917/meta.becke.2020.01
BHABHA, Homi. 1998. O local da cultura. Belo Horizonte: EdUFMG/Humanitas.
CALDEIRA, Teresa. 2000. Cidades de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: 34.
CARDOSO, Ruth (org). 1986. A aventura antropológica: teoria e pesquisa. São Paulo: Paz e Terra.
DOUGLAS, Mary. 1991. Pureza e Perigo. Ensaio sobre a noção de poluição e tabu. Rio de Janeiro: Edições 70.
DURHAM, Eunice. 1986 “A pesquisa antropológica com populações urbanas: problemas e perspectivas”. In CARDOSO, Ruth (org). A aventura antropológica: teoria e pesquisa. São Paulo: Paz e Terra.
FELTRAN, Gabriel. 1986. “Territórios e populações marginais em tempos de desenvolvimento: modos de gestão do conflito social no Brasil contemporâneo”. In. BONELLI, M.G.; LANDA, M. D. V. (Org.). Sociologia e Mudança Social no Brasil e na Argentina. São Carlos - SP: Compacta. v. 1, pp. 295-314
GOFFMAN, Erving. 1988. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: Guanabara.
GONÇALVES, José Reginaldo Santos. 2011. “Apresentação”. In: CLIFFORD, J. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: UFRJ.
DOI : 10.1590/S0104-40602008000100002
LOPES DA COSTA, Alexandra. 2009. Paradisíacos e venenos: o uso de drogas e o controle do corpo. In: III Simpósio Internacional: religiosidades, diálogos culturais e hibridações
MAGNANI, José Guilherme. 2002. “De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana”. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais. v.17. n.49.
DOI : 10.1590/S0102-69092002000200002
MAGNANI, José Guilherme. 2016. “Antropologia urbana: desafios e perspectivas”. In: Revista Antropologia (São Paulo, Online): USP. v.59. n.3. pp. 174-203.
DOI : 10.11606/2179-0892.ra.2016.124814
MAGNANI, José Guilherme. 1996. “Quando o campo é a cidade: fazendo antropologia na metrópole”. In: Magnani, José Guilherme Cantor & Torres, Lilian de Lucca (Orgs.) Na Metrópole - Textos de Antropologia Urbana. EDUSP: São Paulo.
PARK, Robert. 1973. “A cidade: sugestões para a investigação do comportamento humano no meio urbano”. In. Velho, Otavio (org.). O fenômeno urbano. Rio de Janeiro: Zahar.
RUI, Taniele. 2014. Nas tramas do crack: etnografia da abjeção. São Paulo: Terceiro Nome.
Unifolha, Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Uniderp. 2007. Campo Grande-MS: Edição 73.
VELHO, Gilberto. 1999. Individualismo e Cultura: notas para uma Antropologia da Sociedade Contemporânea. Rio de Janeiro: Zahar.
WHYTE, William Foote. 2005. Sociedade de esquina. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
WIRTH, Louis. 1973. “O urbanismo como modo de vida”. In. VELHO, Otavio (org.). O fenômeno urbano. Rio de Janeiro: Zahar.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Vladimir Eiji Kureda, Guilherme R. Passamani
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.