Espacialidade, comércio e degradação: um olhar etnográfico sobre a antiga rodoviária de Campo Grande-MS

Autores

  • Vladimir Eiji Kureda Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Guilherme R. Passamani Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.11606/eyr0f080

Palavras-chave:

estigma, abjeção, Antiga Rodoviária, Campo Grande, revitalização

Resumo

O presente artigo discute, a partir de um olhar etnográfico, as relações sociais estabelecidas entre as populações vistas como “degradadas” da Antiga Rodoviária de Campo Grande-MS e outros atores sociais da região. Para tanto, o enfoque foi dado à observação, à descrição e à análise das relações entre esses sujeitos nos espaços comerciais e de interação. Desde as falas dos interlocutores, bem como nas observações de campo, identificou-se a relevância da corporalidade como um elemento constituidor de fronteiras. Além disso, foi possível detectar a pluralidade de sentidos na ocupação do espaço, diferentes representações sobre o “problema social”, interesses antagônicos e relações para além do conflito e segregação entre os grupos sociais. Por fim, emergiram questões referentes à revitalização e à intervenção do poder público e privado no lugar, que deixaram aparentes os múltiplos olhares sobre um projeto ideal de Antiga Rodoviária.

Biografia do Autor

  • Vladimir Eiji Kureda, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

    Acadêmico do Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

  • Guilherme R. Passamani, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

    Doutor em Ciências Sociais (Unicamp). Professor do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

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Publicado

2017-12-22

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Kureda, V. E., & Passamani, G. R. (2017). Espacialidade, comércio e degradação: um olhar etnográfico sobre a antiga rodoviária de Campo Grande-MS. Ponto Urbe, 21, 1-19. https://doi.org/10.11606/eyr0f080