Espólio Arquitetônico: partilha, circulação e retorno do patrimônio demolido

Autores

  • Alberto Goyena

DOI:

https://doi.org/10.11606/tg1svm11

Palavras-chave:

demolição, resíduos sólidos, escombros, patrimônio, transformações urbanas

Resumo

O presente artigo propõe uma discussão a respeito do patrimônio arquitetônico da cidade do Rio de Janeiro a partir de alguns apontamentos sobre práticas e percepções de pessoas diretamente envolvidas com a produção e distribuição do entulho da cidade. No intuito de refletir acerca dos processos de reapropriação material de fragmentos de edifícios demolidos, lança luz sobre a atividade de garimpeiros urbanos, funcionários de companhias de coleta de resíduos sólidos e engenheiros de demolição. Embora a ideia de preservação, monumentalização e patrimonialização seja correntemente oposta à de demolição de estruturas arquitetônicas, ambas participam ativamente na elaboração de seleções e descartes que constituem os processos de transformação urbana.

 

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Publicado

2014-12-30

Edição

Seção

Dossiê: Novos olhares sobre o Rio de Janeiro

Como Citar

Goyena, A. . (2014). Espólio Arquitetônico: partilha, circulação e retorno do patrimônio demolido. Ponto Urbe, 15, 1-27. https://doi.org/10.11606/tg1svm11