A sustentabilidade da habitação do seringueiro amazônico
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v0i28p182-197Palavras-chave:
Acre, Amazônia, floresta, habitação, seringueiroResumo
Este artigo, com área de concentração em tecnologia das construções, propõe-se a pesquisar e identificar a sustentabilidade da casa do seringueiro amazônico, construída nos seringais acreanos, a partir do final do século 19 e segunda metade do século 20. Busca trazer subsídios bibliográficos, históricos e fatores construtivos determinantes, os quais atribuíram significados a esse modelo de construção, identificando-o como habitação sustentável. O seringueiro, homem rude, migrante em sua maioria, tangido pelas secas dos sertões nordestinos, em busca de riquezas, ao chegar às regiões da Amazônia, para cortar seringa e produzir a borracha, embrenhou-se nas densas florestas, ricas em fauna e flora. Um território abundante em seringueiras, castanheiras, bambus, palmeiras e toda espécie de madeiras nobres, um mundo desconhecido. A partir dessa ocupação passa a ser conhecido em decorrência da batalha pelo controle da borracha. Assim, o Acre surge para o Brasil e para o mundo. A população nordestina, sem condição financeira, e considerando as necessidades iniciais na época da ocupação, toma como modelo de habitação a oca indígena, misturando-a às lembranças das casas de seus locais de origem. Desse modo, com técnicas rudimentares construíram, nas colocações dos seringais, suas casas, com matéria-prima retirada da floresta, tais como a madeira, paxiúba, a palha da palmeira, o cipó, o bambu, tudo sem agredir o meio ambiente. Aprendeu a protegê-la das intempéries, imprimindo a essa habitação uma interação com a natureza, por meio de espaços abertos, integrados e ventilados. Esses dados têm como fonte a história de formação do Acre, cujas descrições apresentam o modelo arquitetônico das moradias que, ao final, vão desenhar a casa do seringueiro acreano como habitação sustentável.Downloads
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