O projeto como prática crítica: repensar o possível e o presente.
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v11i0p90-101Palabras clave:
Projeto, prática, revisão, crítica, arquitetura contemporânea, modernidade, modernismoResumen
O presente artigo é um convite para se pensar sobre a crise do projeto como criação autônoma, que foi da prática heróica do movimento moderno à estetização formalista de muito da produção contemporânea que circula nos meios profissionais, acadêmicos e da imprensa especializada. A prática e o pensamento da arquitetura contemporânea continuam a enfrentar os problemas decorrentes da crise da modernidade, agora segundo parâmetros voltados ao mercado de consumo globalizante. A experimentação projetual que, no modernismo, tratava criticamente de questões de ordem social e estética foi se esvaziando e se contradizendo como resposta a um projeto utópico de caráter coletivo e inserido na esfera pública. A experimentação deu lugar a práticas de valorização simbólica da arquitetura como meio de diferenciação e desigualdade social. Se, por um lado, a crítica ao modernismo mostrou as limitações de suas premissas utópicas, por outro lado, a tradução inapropriada de teorias pós-modernas e desconstrutivas para o âmbito da arquitetura forneceu argumentos que acabaram sendo cooptados pela prática de modernização capitalista que ele visava a questionar. Esse paradoxo impõe à arquitetura, como disciplina e como prática, um novo desafio em um novo contexto econômico, social e cultural. O desafio diz respeito à revisão do projeto como representação abstrata do espaço externo a situações do mundo vivido. Isso significa repensar o exercício projetual como processo de tradução de conflitos e não simplesmente da produção de objetos estéticos voltados para si próprios. A conjuntura e as disjunturas do mundo contemporâneo são distintas das vanguardas modernistas do início do século 20. Se o projeto ainda tem possibilidade de se desenvolver criticamente, ele deve passar pela consideração das relações complexas de ordem social, econômica, cultural e política. Um dos principais desafios que se colocam ao arquiteto nessa trajetória é a necessidade de se reelaborarem sua compreensão dos imaginários sociais que se representam no espaço construído, considerando o presente e o cotidiano como partes constituintes da articulação do passado e da possibilidade de projeções de futuro.Descargas
Referencias
ARANTES, Otília. O lugar da arquitetura depois dos modernos. São Paulo: Edusp, 1993.
ARANTES, Otília. Urbanismo em fim-de-linha (e outros estudos sobre o colapso da modernização arquitetônica). São Paulo: Edusp, 1998.
BAUDRILLARD, Jean. Verdade ou radicalidade na arquitetura. AU, n. 84, p. 49-50, 1999.
CRAWFORD, Margareth. Blurring the boundaries: Public space and private life. In: CHASE, John, CRAWFORD, Margaret; KALISKI, John (Ed.). Everyday urbanism. Nova York: The Monacelli Press, 1999.
DOLLÉ, Jean-Paul. Longe do lugar, fora do tempo. Urbs, p. 45-48, maio/jun. 1999.
FEATHERSTONE, Mike, LASH, Scott, ROBERTSON, Roland. Global modernities. Londres: Newburry Park; New Delhi: SAGE, 1995.
FOUCAULT, Michel. Of other spaces: Utopias and heterotopias. In: LEACH, Neil. Rethinking architecture: A reader in cultural theory. Nova York: Routledge, 1997.
HARVEY, David. The condition of postmodernity (An inquiry into the origins of cultural change). Cambridge, MA: Basil/Blackwell, 1989.
HOLSTON, James (Ed.). Cities and citizenship. Durnham: Duke University Press, 1999.
JAMESON, Fredric. Postmodernism (or, the cultural logic of late capitalism). Durham: Duke University Press, 1991.
JAMESON, Fredric. The cultural turn. Londres, Nova York: Verso, 1998. LEACH, Neil. The anaesthesis of architecture. Cambridge, MA: MIT Press, 1999.
LEFEBVRE, Henri. The production of space. Cambridge, MA: Blackwell, 1991.
ZUKIN, Sharon. Loft living (culture and capital in urban change). New Brunswick: Rutgers U. Press, 1989.
ZUKIN, Sharon. Landscapes of power (from Detroit to Disney World). Berkeley: University of California Press, 1991
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
La revista Pós. del programa de postgrado FAUUSP está licenciada con una licencia Creative Commons Attribution 4.0 International License.
El titular de los derechos de autor es el autor del artículo. La revista Pós. sólo exige que la publicación del artículo sea inédita. El autor tiene el derecho de divulgar su artículo según su conveniencia debiendo citar la revista.
La revista Pós. autoriza la republicación de sus artículos desde que debidamente citada fuente y autoría.
DIADORIM - Diretório de Políticas Editoriais