Fantasmas e delírios de ânimos tristes e amedrontados: insegurança e gênese da superstição no prefácio do Tratado Teológico-Político de Espinosa
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-2423.v0i2p59-74Palabras clave:
superstição, afeto, flutuação do ânimo, fortunaResumen
O presente estudo busca estabelecer qual é o papel da insegurança humana na gênese dos comportamentos supersticiosos, assim como qual é a influência de tais comportamentos na vida política, com base na leitura do exordium do prefácio do Tratado Teológico-Político de Baruch de Espinosa. A proposta é realizar uma leitura estrutural desse texto, tendo como referência o ponto de vista dos afetos, isto é, da dinâmica afetiva dos seres humanos, para, assim, testar nossa hipótese, segundo a qual tal dinâmica e a superstição estão necessária e interiormente ligadas. A inconstância dos bens da fortuna e a insegurança que ela provoca, como será discutido no exordium, levam os homens aos comportamentos supersticiosos como estratégia afetiva para diminuir a angústia diante do mundo. Nesse ínterim, a gênese da superstição teria como causa o medo do que pode acontecer no presente e a esperança de que pode surgir no futuro algo melhor, duas faces distintas de um mesmo afeto. Tais práticas supersticiosas estariam presentes comumente na vida humana e não seriam necessariamente prejudiciais, mas surgem como problema, para Espinosa, a partir do momento em que são usadas por religiosos e governantes como estratégia para controlar os indivíduos e grupos participantes da vida política. Se o Estado nasce, como defenderá o filósofo, para diminuir a insegurança que se vive no estado de natureza, cumpre à vida política reduzir tal insegurança sem recorrer à manipulação dos afetos de parte de seus membros como forma de privilegiar determinado grupo.
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