Construção de identidade e trajetória social desviante: um estudo empírico com guardadores de carro em Pelotas, RS
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-2423.v0i8p89-104Palavras-chave:
desvio, identidade social, moralidade da rua, informalidade, guardadores de carroResumo
No trabalho buscou-se compreender as trajetórias profissionais de guardadores de carros da cidade de Pelotas, analisando suas experiências de trabalho, cotidiano, e relações no mercado de trabalho. O foco foi entender a percepção dos atores sobre os papéis atribuídos a eles por outrem e suas reações a estes papéis (negativos), utilizando o conceito de desvio como produto da interação entre agentes e a relação que uma atribuição desviante tem com a construção de uma identidade social que parte da oposição dual entre a identidade para si e para outrem. Procuro demonstrar de que maneira a influência da moralidade da rua, age sobre os julgamentos dos sujeitos que nela trabalham e como estes sujeitos constroem sua identidade. As técnicas metodológicas, de contato direto entre pesquisador e pesquisado variaram – entrevista gravada, anotações em caderno de campo e conversa informal – de acordo com a disposição e situação do entrevistado. Ao analisar narrativas dos trabalhadores, é possível encontrar uma queixa recorrente que a categoria é mal-vista socialmente e ao guardador é atribuído o rótulo de “ladrão ou “drogado”. Dessa forma, o trabalhador busca minimizar a rotulação através de uma série de ações estratégicas que incluem o estabelecimento de uma rotina e um “código de conduta” regido pela sobriedade. Na relação com colegas que desviam destas regras, os trabalhadores acabam produzindo uma etiquetagem “interna”, para classificar e identificar desviantes que destoam do guardador “batalhador” e que “corre atrás”. Nas conclusões, sintetizo as descobertas do estudo, suas limitações empíricas e possibilidades de expansãoDownloads
Referências
ARON, R. (2008). As etapas do pensamento sociológico. São Paulo, Martins Fontes.
BECKER, H. (2008) Outsiders: estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro, Zahar.
DAMATTA, R. (1997). Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. Rio de Janeiro, Rocco.
DUBAR, C. (1997). A Socialização: Construção das identidades sociais e profissionais. Porto (Portugal): Porto Editora.
____. (2009). A crise das identidades: interpretação de uma mutação. São Paulo: EDUSP.
DUBET, F. (1994). Sociologia da Experiência. Lisboa: Instituto Piaget.
GASPAR, Maria D. (1985) Garotas de Programa: prostituição em Copacabana e identidade social. Rio de Janeiro: Zahar.
HUGUES, E. (1958). Men and their Work. Free Press, Glencoe. Digitalizado por: University of Florida, George A. Smathers Libraries with support from LYRASIS and the Sloan Foundation.
LEFEBVRE, H. (1999). A Revolução Urbana. Belo Horizonte: UFMG.
NORONHA, E. (2003). “Informal”, Ilegal, Injusto: percepções do mercado de trabalho no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Vol.18 nº 53. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092003000300007&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
OFFE, C. (1989). Trabalho e Sociedade: problemas estruturais e perspectivas para o futuro da sociedade do trabalho. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
SANTOS, W.G. (1979). Cidadania e Justiça. Rio de Janeiro: Editora Campus.
SENNETT, R. (2008). A Cultura do Novo Capitalismo. Rio de Janeiro: Record. THEODORO, M. (2004). As características do mercado de trabalho e as origens da informalidade no Brasil. In: ARROCHELLAS, M. H. & RAMALHO, J. P. (orgs.) (2004). Desenvolvimento, subsistência e trabalho informal no Brasil. Petrópolis: Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade.
VELHO, G. (2013). Um antropólogo na Cidade: ensaios de antropologia urbana. Obra organizada por: VIANNA, H.; KOSCHNIR, K; CASTRO, C. (orgs.). Rio de Janeiro: Zahar
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autorizo a Primeiros Estudos - Revista de Graduação em Ciências Sociais a publicar o trabalho (Artigo, Resenha ou Tradução) de minha autoria/responsabilidade, assim como me responsabilizo pelo uso das imagens, caso seja aceito para a publicação on-line.
Concordo a presente declaração como expressão absoluta da verdade e me responsabilizo integralmente, em meu nome e de eventuais co-autores, pelo material apresentado e atesto o ineditismo do texto enviado.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.