Revolução Cubana entre artistas e intelectuais brasileiros: o caso de "Violão de Rua"
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.209532Palavras-chave:
Violão de Rua, Revolução Cubana, Intelectuais brasileiros de esquerda, Sociologia da culturaResumo
Violão de Rua foi uma antologia publicada em três volumes entre os anos 1962 e 1963. Integrou a coleção Cadernos do Povo Brasileiro como volume especial da editora Civilização Brasileira. Com seleção e edição do também poeta Moacyr Félix, o objetivo era popularizar a poesia entre as diferentes camadas sociais. Ao pôr a antologia em diálogo com a Revolução Cubana, será demonstrado como a poesia pode ser ferramenta estruturante de modos de vida e visões de mundo, e como ela está indissoluvelmente associada às dinâmicas e processos sociais, sendo partícipe de uma mesma “estrutura de sentimento”. Considerando a expressividade da Revolução Cubana nos países latino-americanos, o que interessa a este artigo é investigar como ela impactou a produção artística brasileira, particularmente a antologia Violão de Rua, e como esta, por sua vez, tornou-se uma possibilidade de avaliação dos acontecimentos da ilha caribenha, expressando e compartilhando uma consciência prática estruturada a partir da produção e organização material da vida.
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