Atrizes e personagens mulheres no cinema da América Latina (1930-1940)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.211274Palavras-chave:
Atrizes, Cinema da América Latina, Epistemologias latino-americanas, Feminismo, Personagens mulheresResumo
O presente artigo tem como objetivo discutir e analisar os aspectos estéticos, políticos e sociais das representações de mulheres no cinema latino-americano produzido nas décadas de 1930 e 1940. As caracterizações das personagens femininas são analisadas nos filmes Limite (Mário Peixoto, Brasil, 1931), Enamorada (Emilio Fernández, México, 1948) e Mujeres que trabajan (Manuel Romero, Argentina, 1938). A proposta é caracterizar a mulher que se manifesta nos temas do trabalho, gênero, política e sociedade passando pelas revoluções e momentos políticos dos países latino-americanos, para além da perspectiva crítica às suas condições simbólicas, frisando uma leitura de resistência que pense a questão do ponto de vista do feminismo, das epistemologias latino-americanas e da teoria fílmica. Essa análise se estende às mulheres soldaderas da Revolução Mexicana, à mulher em sua condição de trabalhadora que consegue emancipação pelo trabalho e consumo no cinema argentino, às mulheres trabalhadoras, prostituta, costureira e dona de casa, em condições menos formais no cinema brasileiro. As relações entre representações do feminino e a política dessas cinematografias são vistas para além das estratégias, estéticas e narrativas, desenvolvidas pelos realizadores para a elaboração de seus conteúdos. Interessa encontrar nos liames as relações da atriz com seu personagem, que contemple a gestualidade que possa vir a romper com padrões definidos para constituir um discurso que escape de normativas impostas a elas historicamente.
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