Tão animal, tão humano: retratando o lobisomem junto a os Qom do Gran Chaco
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1676-6288.prolam.2025.239481Palavras-chave:
Animalidade, Humanidade, Lobisomem, Povos Indígenas, TransformaçãoResumo
Este artigo surge de uma observação etnográfica realizada enquanto estudava as relações entre humanos e animais entre os Qom (Tobas), um grupo indígena que habita a região do Gran Chaco, no nordeste da Argentina. Durante esta pesquisa, deparei-me com a figura do lobisomem. No entanto, o trabalho de campo levou-me a hipotetizar a existência de múltiplas formas de lobisomem, cada uma representada de maneira diferente nos diversos mundos ontológicos e sociais que observei. Com base em material etnográfico de primeira mão, este estudo analisa os distintos processos e características que constituem a transformação humano–Qom–lobisomem. Compreender esta forma de metamorfose exige engajar-se com as noções Qom de animalidade, encarnação e os limites porosos entre humanos, animais e outros seres não humanos. Finalmente, o artigo situa os lobisomens Qom em diálogo com outras representações regionais do lobisomem (indígenas, crioulas e urbanas), com o objetivo de elucidar os conceitos de humanidade e animalidade presentes na sociocosmologia Qom e compará-los com estruturas conceituais análogas em outros contextos da América do Sul.
Downloads
Referências
ACOSTA, Ertivio. Mitología Guaraní. Resistencia: Instituto de Cultura de la Provincia del Chaco, 2015.
AMBROSETTI, Juan Bautista. Supersticiones y leyendas. Santa Fe: Editorial Castellvi, 1967.
ANCONATANI, Leonardo Martín. ‘Un perro negro así grandote’. El lobisón criollo entre la historia clásica y los devenires indígenas en el este de Formosa (Argentina). R@U, v. 14, n. 1, p. 219-245, 2022. DOI: https://doi.org/10.52426/rau.v14i1.413.
BALDUCCI, María Isabel. Códigos de comunicación con el mundo animal entre los Toba-Taksik. Director: José Braunstein.1982. 122 f. Tesis (Licenciatura en Antropología). Facultad de Filosofía y Letras, Universidad de Buenos Aires, Buenos Aires, 1982.
BELAUNDE, Luisa Elvira. Resguardo e sexualidade(s): uma antropologia simétrica das sexualidades amazônicas em transformação. Cadernos de campo, v. 24, p. 538-564, 2015. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v24i24p538-564.
BELAUNDE, Luisa Elvira. Sexualidades amazónicas. Género, deseos y alteridades. Lima: La Siniestra Ensayos, 2018.
BLACHE, Martha. Análisis estructural de una creencia de la zona guaranítica: El lobizón. Cuadernos del Instituto Nacional de Antropología, v. 8, p. 21-42, 1972-1978.
COLUCCIO, Félix. Fauna del terror en el folklore iberoamericano. Buenos Aires: Editorial Plus Ultra, 1992.
DESCOLA, Philippe. Cognition, Perception and Worlding. Interdisciplinary Science Reviews, v.35, n.3-4, p. 334-340, 2010. DOI: https://doi.org/10.1179/030801810X12772143410287.
DESCOLA, Philippe. Beyond Nature and Culture. Chicago: University of Chicago Press, 2013.
DESCOLA, Philippe. La composición de los mundos. Conversaciones con Pierre Charbonnier. Buenos Aires: Capital Intelectual, 2016.
GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas e indicios: morfología e historia. Buenos Aires: Prometeo, 2013.
GOW, Peter. The Perverse Child: Desire in a Native Amazonian Subsistence Economy. Man, v. 24, n. 4, p. 567-582, 1989. DOI: https://doi.org/10.2307/2804288.
GRANADA, Daniel. Reseña histórica-descriptiva de antiguas y modernas supersticiones del Río de la Plata. Buenos Aires: Guillermo Kraft, 1959.
HARRIS, Mark. O lobisomem entre índios e brancos: o trabalho da imaginação no Grão-Pará no final do século XVIII. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, v. 47, p. 29-55, 2008. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i47p29-55.
IDOYAGA MOLINA, Anatilde. La integración de la figura del lobizón entre los pilagá. Studi e materiali di Storia delle Religioni, v. 52, n. X-2, p. 227-236, p. 1986.
IDOYAGA MOLINA, Anatilde. Reflexiones sobre la clasificación de medicinas. Análisis de una propuesta conceptual. Scripta Ethnologica, v. 27, p. 111-147, 2005. Available at: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=14811516007. Retrieved on: March 27, 2022.
KARSTEN, Rafael. Indian tribes of the Argentine and Bolivian Chaco. Helsingfors: Societas Scientiarum Fennica, 1932.
KELLY, José Antonio. Sobre a antimestiçagem. Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2016.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Historia de Lince. Anagrama: Barcelona, 1992.
LIMA, Deborah de Magalhães. O homem branco e o boto: o encontro colonial em narrativas de encantamento e transformação (médio rio Solimões, Amazonas). Teoria e sociedade, Antropologias e arqueologias hoje, p. 173-201, 2014.
MEDRANO, Celeste. Devenir-en-transformación: debates etnozoológicos en torno a la metamorfosis animal entre los qom. In: TOLA, Florencia; MEDRANO, Celeste; CARDIN, Lorena (Eds.). Gran Chaco. Ontología, poder, afectividad. Buenos Aires: IWGIA/Rumbo Sur, 2013.
MEDRANO, Celeste. Zoo-sociocosmología qom: seres humanos, animales y sus relaciones en el Gran Chaco, Journal de la Societé des Americanistes, v. 100 n. 1: 225-257, 2014 DOI: https://doi.org/10.4000/jsa.13777.
MEDRANO, Celeste. Los no-animales y la categoría ‘animal’. Definiendo la zoo-sociocosmología entre los toba (qom) del Chaco argentino. Mana, v. 22, n. 2, p. 369-402, 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/1678-49442016v22n2p369.
MEDRANO, Celeste. Taxonomías relacionales o de qué se valen los qom y los animales para clasificarse. Tabula Rasa, v. 31, p. 161-183, 2019. DOI: https://doi.org/10.25058/20112742.n31.07.
MEDRANO, Celeste. Componiendo lobizones. Reflexiones sobre animalidad y humanidad junto a los qom (tobas) del Gran Chaco argentino. In: BUGALLO, Lucila; DRANSART, Penélope; PAZZARELLI, Francisco (Eds.). Animales humanos, humanos animales. Relaciones y transformaciones en mundos indígenas sudamericanos. Buenos Aires: Editorial Antropofagia, 2022.
MEDRANO, Celeste; Mauricio, MAIDANA; Cirilo, GÓMEZ. Zoología Qom. Conocimientos tobas sobre el mundo animal. Santa Fe: Ediciones Biológica, 2011.
MESSINEO, Cristina. Lengua Toba (guaycuru). Aspectos gramaticales y discursivos. Alemania: Lincom Europa Academic Publisher, 48, 2003.
MÉTRAUX, Alfred. Etnografía del Chaco. Paraguay: El Lector, 1996 [1946].
PODRUCHNY, Carolyn. Werewolves and windigos: narratives of cannibal monsters in French-Canadian voyageur oral tradition. Ethnohistory, v. 51, n. 4, p. 677-700, 2004. DOI: http://dx.doi.org/10.1215/00141801-51-4-677.
ROMANO, Eduardo. La emigración de los lobizones del imaginario popular a La industria cultural. Revista de Investigaciones Folklóricas, v. 12, p. 76-85, 1997.
SARRA, Sonia Elizabeth. Lobizón, pomberos y duendes. Continuidades y transformaciones en un contexto urbano desde la mirada de los niños qom. Kula, Antropólogos del Atlántico Sur, v. 8, p. 65-78, 2013.
TOLA, Florencia. Personas corporizadas, multiplicidades y extensiones: un acercamiento a las nociones de cuerpo y persona entre los tobas (qom) del Chaco argentino. Revista Colombiana de Antropología, v. 41, p. 107-134, 2005. DOI: https://doi.org/10.22380/2539472X.1204.
VIDAL DE BATTINI, Berta Elena. Cuentos y leyendas populares de la Argentina. Tomo VIII. Buenos Aires: Argentina, Ediciones Culturales Argentinas, Ministerio de Educación y Justicia, Secretaría de Cultura, 1984.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo, A floresta de cristal: notas sobre a ontologia dos espíritos amazônicos, Cadernos de campo, v. 14/15, p. 319-338, 2006. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v15i14-15p319-338.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas caníbales. Líneas de antropología postestructural. Buenos Aires: Katz, 2010.
VUOTO, Diego Luis. Aspectos de la interrelación entre la fauna y la cultura Toba-Taksek. Director: José Braunstein.1981. 130 f. Tesis (Licenciatura en Antropología). Facultad de Filosofía y Letras, Universidad de Buenos Aires, Buenos Aires, 1981.
WAGNER, Roy. The invention of culture. Chicago and London: The University of Chicago Press, 1981[1975].
WRIGHT, Pablo. Ser-en-el-Sueno. Crónicas de historia y vida toba. Buenos Aires: Biblos. 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Celeste Medrano

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A BJLAS adota a política de Acesso Livre (Libre Open Access), sob o acordo padrão Creative Commons (CC BY-NC 4.0). O acordo prevê que:
- A submissão de texto autoriza sua publicação e implica compromisso de que o mesmo material não esteja sendo submetido a outro periódico. O original é considerado definitivo;
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY-NC 4.0).
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com necessário reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais, repositórios específicos, ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
- O detentor dos direitos autorais da revista, exceto os já acordados no acordo sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY-NC 4.0), é o Programa de Pós-graduação Integração da América Latina.
É permitida a cópia, reprodução e distribuição de textos, imagens, dados e demais arquivos, no todo ou em parte, em qualquer formato ou meio, desde que sejam observadas as regras da licença Creative Commons (CC BY-NC 4.0):
- O uso do material copiado e ou reproduzido no todo ou em partes deve se destinar apenas a fins educacionais, de pesquisa, uso pessoal ou outros usos não comerciais. Reproduções para fins comerciais são proibidas;
- O material pode ser copiado e redistribuído em qualquer suporte ou formato;
- A reprodução deverá ser acompanhada da citação da fonte na integra incluindo o(s) nome(s) do(s) aturoes(s), no seguinte formato: Fonte: Revista Cadernos Prolam/USP. Brazilian Journal of Latin American Studies;
- Os nomes e endereços informados na revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.
