Sonhar o desaparecimento forçado de pessoas: impossibilidade de presença e perenidade de ausência como efeito do legado da ditadura civil-militar no Brasil

Autores

  • Paulo Cesar Endo Universidade de São Paulo; Instituto de Psicologia; Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade

DOI:

https://doi.org/10.1590/0103-6564D20150012

Resumo

Este artigo discute alguns efeitos sociais, políticos e psíquicos do desaparecimento forçado como efeito de estratégias utilizadas no período da ditadura militar brasileira. Tais estratégias, que se escoravam e se escoram na certeza da impunidade e na indiferença diante das vítimas e dos sobreviventes, se presentificam hoje no agravo do sofrimento dos familiares ainda vivos, preservado pela letargia do Estado brasileiro, após o fim do período ditatorial, diante dos deveres em cumprir as principais resoluções internacionais de direitos humanos, relativas ao combate ao desaparecimento forçado de pessoas. Reconhecemos na elaboração onírica traços, pistas e pegadas de experiências que teimam em persistir e que ainda buscam seu estatuto linguageiro e seu reconhecimento social 50 anos após o golpe civil-militar no país.

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Publicado

2016-04-01

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

Sonhar o desaparecimento forçado de pessoas: impossibilidade de presença e perenidade de ausência como efeito do legado da ditadura civil-militar no Brasil . (2016). Psicologia USP, 27(1), 8-15. https://doi.org/10.1590/0103-6564D20150012