O analista como testemunha
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-6564D20150010Resumo
A proposta deste artigo é pensar o lugar da testemunha como um lugar terceiro que o analista, na clínica do traumático, é capaz de sustentar. Nos sonhos traumáticos, segundo Ferenczi, já existe a convocação de um terceiro. Não se trata da testemunha da esfera do Direito, tampouco do lugar do pai ou da Lei simbólica. Trata-se de um terceiro espaço que pode ser chamado de potencial, espaço intersticial, indeterminado e informe no qual circula - e aos poucos ganha forma -, algo que a princípio seria incomunicável. Esse espaço permite e suporta a literalidade da narrativa testemunhal, seus titubeios, paradoxos e silêncios. Mais do que uma teoria do trauma, a noção de espaço potencial seria a grande contribuição da psicanálise às pesquisas teóricas e clínicas com sobreviventes de campos de extermínio, de situações de tortura e de violência.Downloads
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Publicado
2016-04-01
Edição
Seção
Dossiê
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Como Citar
O analista como testemunha . (2016). Psicologia USP, 27(1), 16-23. https://doi.org/10.1590/0103-6564D20150010