Dependência emocional em relacionamentos conjugais: possíveis fatores e consequências
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-6564e220002Palavras-chave:
dependência emocional, teoria do apego, relacionamentos interpessoais, violência domésticaResumo
O objetivo deste estudo é abordar as características da dependência emocional e apresentar como ela afeta os relacionamentos interpessoais e influencia negativamente a saúde mental dos indivíduos acometidos. Foi realizada uma revisão narrativa, ancorada em materiais científicos da área psicológica. Os resultados mostraram um indicativo de maior dependência emocional nas mulheres e o sentimento de culpa, medo do abandono, vazio emocional, despersonalização, ansiedade e depressão como principais consequências da dependência. Em muitas situações ocorre a violência doméstica, e a permanência da mulher dependente ao lado do parceiro agressor contribui para manutenção do ciclo da violência. Assim, torna-se imprescindível abordar o assunto nas discussões sociais, buscando a conscientização sobre a dependência emocional e a importância do cuidado com a saúde mental do dependente, no intuito de evitar ou tratar o problema.
Downloads
Referências
Barboza, A., & Silva, L. R. (2011). Esse amor me adoece: Um estudo exploratório da teoria do apego adulto com mulher em conflito nas relações afetivo-conjugais. Com Texto, 8(1), 159-170.
Bowlby, J. (2002). Apego: A natureza do vínculo (Trilogia Apego e Perda, Vol. 1, 3a ed.). São Paulo, SP: Martins Fontes.
Bueno, S., Lima, R. S., Sobral, C. N. I., Pinheiro, M., Marques, D., Scarance, V., Zapater, M., Santiago, D., & Villa, E. (2019). Visível e invisível: A vitimização de mulheres no Brasil (2a ed.). São Paulo, SP: Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Bution, D. C., & Wechsler, A. M. (2016). Dependência emocional: Uma revisão sistemática da literatura. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 7(1), 77-101. https://doi.org/10.5433/2236-6407.2016v7n1p77
Casalin, S., Tang, E., Vliegen, N., & Luyten, P. (2014). Parental personality, stress generation, and infant temperament in emergent parent-child relationships: Evidence for a moderated mediation model. Journal of Social & Clinical Psychology, 33(3). https://doi.org/10.1521/jscp.2014.33.3.270
Essayag, S. (2016). Del compromiso a la acción: Políticas para erradicar la violencia contra las mujeres – América Latina y el Caribe. Documento de análisis regional. Ciudad del Saber, Panamá: ONU Mujeres. Recuperado de https://bit.ly/3Q8mJZZ
Fonseca, D. H., Ribeiro, C. G., & Leal, N. S. B. (2012). Violência doméstica contra a mulher: Realidades e representações sociais. Psicologia & Sociedade, 24(2), 307-314. https://doi.org/10.1590/S0102-71822012000200008
Fonseca, P. M., & Lucas, T. N. S. (2006). Violência doméstica contra a mulher e suas consequências psicológicas (Trabalho de conclusão de curso, Fundação Baiana para o Desenvolvimento das Ciências, Salvador). Recuperado de https://bit.ly/3Sb9QAJ
Garbin, C. A. S., Garbin, A. J. I., Dossi, A. P., & Dossi, M. O. (2006). Violência doméstica: Análise das lesões em mulheres. Cadernos de Saúde Pública, 22(12), 2567-2573. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2006001200007
Garcia, A. (2013). Relações interpessoais e sociedade: Uma introdução. In A. Garcia, F. N. Pereira & M. S. P. Oliveira (Orgs.), Relações interpessoais e sociedade (pp. 7-14). Recuperado de https://bit.ly/3s24HQS
Jiménez, M. V. M., & Ruiz, C. S. (2009). Dependencia afectiva y género: Perfil sintomático diferencial en dependientes afectivos españoles. Interamerican Journal of Psychology, 43(2), 230-240.
Lemos, M., Vásquez, A. M., & Román-Calderón, J. P. (2019). Potential therapeutic targets in people with emotional dependency. International Journal Psychology Research, 12(1), 18-27. https://doi.org/10.21500/20112084.3627
Lucena, K. D. T., Deininger, L. S. C., Coelho, H. F. C., Monteiro, A. C. C., Vianna, R. P. T., & Nascimento, J. A. (2016). Analysis of the circle of domestic violence against women. Journal of Human Growth and Development, 26(2), 139-14. https://doi.org/10.7322/jhgd.119238
Lyra, P. V. (2007). Relação de apego mãe-criança: Um olhar dinâmico e histórico-relacional. Recife, PE: UFPE.
Magalhães, B. S., Silva, M. C., Evangelista, R. A., Bueno, A. A., & Silva, L. A. (2022). Prevalência e incidência da violência física em mulheres adultas atendidas nos serviços de saúde da América Latina: Protocolo de revisão sistemática. Research, Society and Development, 11(9), Artigo e56211932130.
Millana, L. (2011). Intervention programs for Spanish inmate aggressors convicted of domestic violence. The Open Criminology Journal, 4, 91-101. https://doi.org/10.2174/1874917801104010091
Mota, G. A. (2018). Dependência afetiva: Quando amar é uma patologia – Levantamento, intervenção e prevenção. In 18º Congresso Nacional de Iniciação Científica. Santos, SP: Semesp. Recuperado de https://bit.ly/407ifXT
Narvaz, M. G., & Koller, S. H. (2006). Mulheres vítimas de violência doméstica: Compreendendo subjetividades assujeitadas. Psico, 37(1), 7-13.
Nogueira, L. M. L. O. (2010, 21 de abril). Casais e família de origem: Uma possível relação na dependência emocional da mulher. Psicologia.Pt. Recuperado de https://bit.ly/404f7fz
Pessôa, A. G., & Wanderley, P. I. B. R. (2020). A reeducação do homem agressor: grupo reflexivo de violência doméstica. Revista de Constitucionalização do Direito Brasileiro, 3(1), Artigo e034. https://doi.org/10.33636/reconto.v3n1.e034
Rodrigues, S., & Chalhub, A. (2010, 2 de janeiro). Amor com dependência: Um olhar sobre a teoria do apego. Psicologia.pt. Recuperado de https://bit.ly/3tPsoMM
Sbarra, D. A., & Hazan, C. (2008). Coregulation, dysregulation, self-regulation: An integrative analysis and empirical agenda for understanding adult attachment, separation, loss, and recovery. Personality and Social Psychology Review, 12(2), 141-167. https://doi.org/10.1177/1088868308315702
Siegel, A., Shaked, E., & Lahav, Y. (2022). A complex relationship: Intimate partner violence, identification with the aggressor, and guilt. Violence Against Women, 0(0). https://doi.org/10.1177/10778012221137917
Silva, D., & Silva, R. L. F. C. (2020). Violência contra as mulheres nos relacionamentos conjugais e a dependência emocional: Fator que influencia a permanência na relação. Revista Multidisciplinar Humanidades e Tecnologia (Finom), 20(1), 328-340.
Silva, F. B., Sousa, C. N. S., Rocha, E. P., Santos, A. J. A., Silveira, E. F., & Gedrat, D. C. (2020). Homens agressores de mulheres: Uma revisão sistemática de literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde, (53), Artigo e3481. https://doi.org/10.25248/reas.e3481.2020
Silva, L. L., Coelho, E. B. S., & Caponi, S. N. C. (2007). Violência silenciosa: Violência psicológica como condição da violência física doméstica. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, 11(21), 93-103. https://doi.org/10.1590/S1414-32832007000100009
Silva, P. P., & Andrade, L. F. (2017). A mulher e a dependência afetiva: Laços de amor que causam dor. Revista Brasileira de Ciências da Vida, 6(8).
Sophia, E. C. (2008). Amor patológico: Aspectos clínicos e de personalidade (Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo). https://doi.org/10.11606/D.5.2008.tde-11022009-162136
Souza, D. H. (2007). Amor solitário: Uma análise dentro da perspectiva do gênero. Ártemis, 7, 23-35.
Teixeira, R. C. R. (2011). Eventos estressores na infância e apego adulto (Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Bahia, Salvador). Recuperado de https://bit.ly/3MeT4Nn
Vieira, E. M., Perdona, G. S. C., & Santos, M. A. (2011). Fatores associados à violência física por parceiro íntimo em usuárias de serviços de saúde. Revista de Saúde Pública, 45(4), 730-737. https://doi.org/10.1590/S0034-89102011005000034
World Health Organization. (2013). Global and regional estimates of violence against women: Prevalence and health effects of intimate partner violence and non-partner sexual violence. Recuperado de https://bit.ly/3M8pZ67
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Psicologia USP

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todo o conteúdo de Psicologia USP está licenciado sob uma Licença Creative Commons BY-NC, exceto onde identificado diferentemente.
A aprovação dos textos para publicação implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a revista Psicologia USP, que terá a exclusividade de publicá-los primeiramente.
A revista incentiva autores a divulgarem os pdfs com a versão final de seus artigos em seus sites pessoais e institucionais, desde que estes sejam sem fins lucrativos e/ou comerciais, mencionando a publicação original em Psicologia USP.