Psicanálise e negritude: o mal-estar do racismo
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-6564e220022Palavras-chave:
psicanálise, racismo, negritude, clínicaResumo
Este artigo se depara com um problema que se apresenta com certa frequência na clínica: a demanda de pessoas negras por psicanalistas negros ou negras. Vamos mostrar que é possível reconhecer que a singularidade da experiência de sofrimento das pessoas negras está ligada ao corpo negro. No entanto, a elaboração desse sofrimento não se reduz à partilha de uma experiência estética comum. Assim, o que é decisivo para o acolhimento clínico de pessoas negras é o compromisso da psicanálise com a pauta antirracista, no sentido de compreender que o racismo não é um aspecto marginal na vida das pessoas negras, mas aquilo que constitui as pessoas negras no que diz respeito à sua subjetividade.
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