“Eu não pertenço aqui”: atendimento a estudantes universitários em sofrimento
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-6564e230174Palavras-chave:
plantão psicológico, atendimento online, sofrimento universitário, fracasso escolar, permanência estudantilResumo
Este estudo apresenta dois atendimentos realizados em projetos de escuta psicológica a alunos de uma universidade pública e estadual. Um ocorreu de forma presencial e o outro de forma online, durante a pandemia da covid-19. A aluna atendida presencialmente era negra e periférica e o aluno era branco e de baixa renda. Ambos relataram se sentirem pressionados a apresentarem um desempenho exemplar. Evidenciaram também não se acharem pertencentes ao ambiente da universidade. Partindo da etimologia das palavras sofrimento, humilhação e humildade, que tem relação com suportar um peso e cair ao chão, discute-se o sofrimento desses estudantes como sendo atravessado por questões especialmente de classe e raça, redundando no que se conhece como construção do fracasso escolar. Não compreendendo permanência como sinônimo de auxílios financeiros ofertados a estudantes, denota-se a importância e necessidade de projetos voltados a atendimentos psicológicos dos alunos universitários, sobretudo aqueles considerados de baixa renda.
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