Reflexões sobre a prática de supervisão clínica em uma orientação construcionista social
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-6564e220147Palavras-chave:
formação profissional, supervisão clínica, práticas narrativas, terapia narrativa, construcionismo socialResumo
A participação em processos de supervisão como parte da formação contínua de terapeutas é bastante valorizada na literatura e na prática profissional, em distintas abordagens teóricas. Apesar desse consenso compartilhado, há diferenças importantes na forma como essa participação é compreendida, desde a sua própria nomeação, como descrições sobre seu objetivo e formas de desenvolvimento. Neste artigo, buscamos refletir sobre a prática da supervisão clínica a partir de uma epistemologia construcionista social. Por meio do diálogo com diferentes autores, apresentamos a supervisão como prática de intervisão, bem como alguns recursos conversacionais úteis para o desenvolvimento das conversas nesse contexto. Discutimos, especificamente, como a construção do contexto conversacional e a adoção de algumas práticas narrativas podem contribuir tanto para ampliação das histórias dos clientes, como da pessoa do terapeuta. Esperamos, assim, contribuir com a sistematização de algumas ideias presentes nesse campo, colaborando com profissionais envolvidos na formação contínua de terapeutas.
Downloads
Referências
Andersen, T. (2002). Processos reflexivos (2a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Instituto Noos. (Trabalho original publicado em 1991)
Anderson, H. (2000). “Supervision” as a collaborative learning community. American Association for Marital and Family Therapy Supervision Bulletin, 7-10. Recuperado de https://higherlogicdownload.s3.amazonaws.com/AAMFT/ebc06b6c-aaf5-4c76-b41f-c59c4691665d/UploadedImages/anderson_2000_collaborative.pdf
Anderson, H. (2016). Commentary I: Reflection on `Dialogical Research in Therapy Supervision`: Doing Supervising as a Relational Event. Australian and New Zealand Journal of Family Therapy, 37(3), 297-298. doi: 10.1002/anzf.1162
Carlson, T. D., & Erickson, M. J. (2001). Honouring and privileging personal experience and knowledge: ideas for a narrative therapy approach to the training and supervision of new therapists. Contemporary Family Therapy, 23(2), 199-220. Recuperado de https://www.ndsu.edu/fileadmin/hdfs/TC_Honoring_and_Privileging_personal_experience.pdf
Copeland, P., Dean, R. G., & Wladkowski, S. P. (2011). The power dynamics of supervision: Ethical dilemmas. Smith College Studies in Social Work, 81(1), 26-40. doi: 10.1080/00377317.2011.543041
Cruz, H. M. (2011). Como ensinar a não saber? Nova Perspectiva Sistêmica, 20(41), 65-84. Recuperado de https://revistanps.com.br/nps/article/view/206
Doricci, G. C., Crovador, L. F., & Martins, P. P. S. (2017). O especialista relacional na terapia familiar de fundamentação epistemológica construcionista social. Nova Pespectiva Sistêmica, 26(59), 37-51. Recuperado de https://www.revistanps.com.br/nps/article/view/315
Flam, A. M. (2016). Dialogical research in supervision: practical guidelines from experienced supervisors in family therapy, child protection, and specialty mental health services. Australian and New Zealand Journal of Family Therapy, 37(3), 282-296. doi: 10.1002/anzf.1158
Gergen, K. J., & Ness, O. (2016). Therapeutic practice as social construction. In: M. O’Reilly, J. N. Lester (Eds), The Palgrave Handbook of Adult Mental Health (pp. 502-519). London: Palgrave MacMillan.
Houaiss. (2015). Pequeno dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo, SP: Moderna.
London, S., & Rodriguez-Jazcilevich, I. (2020). Supervisão: um encontro com a vulnerabilidade. In: A. Arnold et al. (Eds), Construção Social em Ação: Contribuições da Conferência de 25 anos de Aniversário do Taos Institute (pp. 164-169). Chagrin Falls: Taos Institute Publications.
McNamee, S. (2014). Construindo conhecimento/construindo investigação: coordenando mundos de pesquisa. In: C. Guanaes-Lorenzi, M. Moscheta, C. M. Corradi-Webster, L. V. Souza (Orgs.), Construcionismo social: discurso, pratica e produção de conhecimento (pp. 105-131). Rio de Janeiro, RJ: Instituto Noos.
McNamee, S., & Gergen, K. (2020). Introdução. In: S. McNamee & K. Gergen, A terapia como construção social (pp. 19-26, 2a. Ed). São Paulo, SP: Instituto Noos. (Texto original publicado em 1995).
Rasera, E. F., & Japur, M. (2018). Grupo como construção social: aproximações entre o construcionismo social e a terapia de grupo (2a. ed). São Paulo, SP: Instituto Noos. (Trabalho original publicado em 2007).
Reynolds, V. (2013). Centring ethics in group supervision: fostering cultures of critique and structuring safety. The international Journal of Narrative Therapy and Community Work, (1), 1-13. Recuperado de https://vikkireynolds.ca/wp-content/uploads/2017/12/2014reynoldscentering-ethics-in-group-supervision.pdf
Rosas, E., & Rapizo, R. (2011). Construcionismo social e a formação de terapeuta: Em busca de coerência. Nova Perspectiva Sistêmica, 20(41), 54-64. Recuperado de https://www.revistanps.com.br/nps/article/view/205
Vicente, A. T., Japur. M., Cesar, A. B. C., Ruffino, C. M. C., & Russo, R. (2015). The construction of the conversational context of the group. In: E. F. Rasera (Ed), Social Constructionist Perspectives on Group Work (pp. 61-71). Chagrin Falls: The Taos Institute Publication.
White, M. (1992). Training ad supervision in family therapy in a world of living and narrative. In: D. Epston & M. White, Experience, contradiction, narrative and imagination: Selected papers of David Epston & Michael White, 1989-1991. Adelaide: Dulwich Centre Publications.
White, M. (2012). Mapas da prática narrativa. Porto Alegre, RS: Pacartes. (Trabalho original publicado em 2006).
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Psicologia USP

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todo o conteúdo de Psicologia USP está licenciado sob uma Licença Creative Commons BY-NC, exceto onde identificado diferentemente.
A aprovação dos textos para publicação implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a revista Psicologia USP, que terá a exclusividade de publicá-los primeiramente.
A revista incentiva autores a divulgarem os pdfs com a versão final de seus artigos em seus sites pessoais e institucionais, desde que estes sejam sem fins lucrativos e/ou comerciais, mencionando a publicação original em Psicologia USP.
