Intersubjetividade na pesquisa em Psicologia: a criatividade do pesquisador na relação interpretativa dos dados
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-6564e230160Palavras-chave:
pesquisa, intersubjetividade, criatividade, interpretação, dialogismoResumo
Este artigo pretende desenvolver uma reflexão sobre a face criativa e, por isso, intersubjetiva, da atividade pesquisadora na construção e interpretação dos dados em Psicologia. Para isso, será tomada a experiência de pesquisa das autoras com o uso do instrumento dos diários online como contexto reflexivo originário sobre as dimensões subjetivas e, portanto, criativas do ato interpretativo na pesquisa. No exercício reflexivo proposto, as categorias elaboradas anteriormente na e para a leitura dos dados serão tomadas, num espelhamento reverso, como eixos da atividade perspectivante e reflexiva do processo interpretativo das pesquisadoras. Será, assim, debatido como: (1) a corporeidade do sujeito de pesquisa; e (2) as distintas temporalidades no processo de construção e vivência dos dados podem se constituir como eixos expressivos para produção de ressonâncias geradoras do novo.
Downloads
Referências
Bakhtin, M. (1993). Toward a Philosophy of the Act. Texas: University of Texas Press.
Bakhtin, M. (2003). Estética da Criação Verbal. São Paulo, SP: Martins Fontes.
Bergson, H. (2006). Duração e simultaneidade. São Paulo, SP: Martins Fontes.
Bergson, H. (2011). Ensaios sobre os dados imediatos da consciência. São Paulo, SP: Edições 70.
Branco, A. U., & Valsiner, J. (1997). Changing methodologies: a co-constructivist study of goal orientations in social interactions. Psychology and Developing Societies, 9(1), 35-64.
Bruner, J. (2002). Atos de significação. Porto Alegre, RS: Artmed.
Campello, F. (2022). Crítica dos afetos. Belo Horizonte, MG: Autêntica.
Deleuze, G., & Guatatti, F. (2000). Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia (Vol. 1). São Paulo: Editora 34.
Delory-Momberger, C. (2012). Abordagens metodológicas na pesquisa biográfica. Revista Brasileira de Educação, 17(51), 523-740.
Esposito, R. (2016). As pessoas e as coisas. São Paulo, SP: Rafael Copetti Editor.
Evans, F. (2008). Deleuze, Bakhtin, and ‘The Clamour of Voices’. Deleuze Studies, 2(2), 178-200.
Figueiredo, L. C. (1996). Revisitando as psicologias: da epistemologia à ética nas práticas e discursos psicológicos. Petrópolis, RJ: EDUC/Vozes.
Figueiredo, L. C. (2007). A invenção do Psicológico: Quatro séculos de subjetivação (1500-1900) (7a ed). São Paulo, SP: Escuta.
Foucault, M. (1999). Vigiar e Punir. Petrópolis, RJ: Vozes.
Gardner, H. (2003). A Nova Ciência da Mente. São Paulo, SP: EDUSP.
Glăveanu, V. P. (2022). The Palgrave Encyclopedia of the Possible. New York: Palgrave Macmillan.
Guatarri, F. (1992). Caosmose. São Paulo, SP: Editora 34.
Koch, S. (1981). The nature and limits of psychological knowledge: Lessons of a century qua science. American Psychologist, 36(3), 257-269.
Le Breton, D. (2021). Antropologia dos sentidos. Petrópolis, RJ: Vozes.
Lopes-de-Oliveira, M. C. S., Branco, A. U., & Freire, S. F. D. C. (Eds.). (2020). Psychology as Dialogical Science. Self and Culture Mutual Development. New York: Springer.
Lyra, M. C. D. P., & Pinheiro, M. (2018). Towards an abstracting conceptual enterprise. In M. C. D. P. Lyra, M. Pinheiro (Orgs.), Cultural Psychology as Basic Science Dialogues with Jaan Valsiner (1a ed., vol. 1, pp. 115-118). Cham: Springer Nature.
Matusov, E. (2022). The Possible in the Life and work of Mikhail. In V. Glăveanu, The Palgrave Encyclopedia of the Possible (pp. 1261-1267). New York: Palgrave Macmillan.
Merleau-Ponty, M. (1945/2006). Fenomenologia da percepção. São Paulo, SP: Martins Fontes.
Merleau-Ponty, M. (2012). A prosa do mundo. São Paulo, SP: Cosac Naify.
Nóbrega, T. P. (2008). Corpo, percepção e conhecimento em Merleau-Ponty. Estudos de Psicologia, 13(2), 141-148.
Ortega, F. (2008). O sujeito cerebral e o movimento da neurodiversidade. Mana, 14(2), 477-509.
Pinheiro, M., & Mélo, R. S. (2020). Diários de confinamento: a emergência do novo na intimidade da relação eu-outro-mundo. Psicologia & Sociedade, 32, e020011.
Pinheiro, M., & Simão, L. (2020). Creativity and Fiction: Interpretative Horizons on the Emergence of the New in the Relationship Between Individual and Culture. Integrative Psychological and Behavioral Science, 55, 1-17. doi: 10.1007/s12124-020-09583-8
Pinheiro, M., Barros, C., & Mélo, R. (2021). Profissionais de saúde em tempos de pandemia: olhar sobre si e sobre o outro. Research approved by FPS Ethics Committee. Protocol number: 35605420.1.0000.5569.
Pinheiro, M., Barros, C., & Mélo, R. (2022). The use of diaries in psychological research: The creative and dialogical intimacy of self-other-world relationships in the context of cultural mutations. Culture & Psychology, 28(3), 308-326.
Rommetveit, R. (1976). On the Architecture of Intersubjectivity. In L. H. Strickland, F. E. Aboud, K. J. Gergen (Eds.), Social Psychology in Transition (pp. 201-214). Boston: Springer.
Salvatore, S., & Valsiner, J. (2010). Between the general and the unique: overcoming the nomothetic versus idiographic opposition. Theory and Psychology, 20(6), 817-833.
Simão, L. (2010). Ensaios dialógicos: compartilhamento e diferença nas relações eu-outro. São Paulo, SP: Hucitec.
Simão, L. (2015). The Temporality of Tradition: Some Horizons for the Semiotic-Cultural Constructivism in Psychology. In L Simão, D. Guimarães, J. Valsiner (Orgs.), Temporality Culture in the Flow of Human Experience (pp. 483-503). New York: Information Age Publishing.
Simão, L. (2016). Culture as a symbolic moving border. Integrative psychological & behavioral Science, 50(1), 14-28.
Valsiner, J. (2012). Fundamentos da psicologia cultural: Mundos da mente, mundos da vida. Porto Alegre, RS: Artmed.
Wittgenstein, L. (2005). Investigações Filosóficas. Petrópolis, RJ: Vozes.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Psicologia USP

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todo o conteúdo de Psicologia USP está licenciado sob uma Licença Creative Commons BY-NC, exceto onde identificado diferentemente.
A aprovação dos textos para publicação implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a revista Psicologia USP, que terá a exclusividade de publicá-los primeiramente.
A revista incentiva autores a divulgarem os pdfs com a versão final de seus artigos em seus sites pessoais e institucionais, desde que estes sejam sem fins lucrativos e/ou comerciais, mencionando a publicação original em Psicologia USP.
